Cecafé firma compromisso com o Brasil e Alemanha em prol de boas condições de trabalho
A entidade enfatizou, ainda, a necessidade de responsabilidade nas ações de comunicação, que não devem generalizar casos isolados de violações para todo um setor que é composto por centenas de milhares de empregadores.
Representado pelo diretor-geral, Marcos Matos, e pela diretora de Responsabilidade Social e Sustentabilidade (RSS), Silvia Pizzol, o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) participou, no início desta semana, de videoconferência sobre “Condições dignas de trabalho no cultivo do café”, promovida pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e pela Embaixada da Alemanha.
A videoconferência reuniu representantes do corpo diplomático alemão no Brasil, dos Ministérios da Alimentação e Agricultura e do Trabalho e Assuntos Sociais, da Associação Alemã de Café e de empresas privadas germânicas; pelo Brasil, estiveram presentes representantes do MTE, dos setores de produção e exportação (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil – CNA, Conselho Nacional do Café – CNC e Cecafé) e da Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais (Contar).
“O objetivo do encontro foi trocar experiências de ações e iniciativas no Brasil para a promoção do trabalho digno no setor cafeeiro e para a implementação da lei alemã de devida diligência em cadeias de fornecimento (Lksg), além de discutir oportunidades de cooperação entre setores públicos e privados da Alemanha e do Brasil para promover melhorias na sustentabilidade social, em alinhamento com as novas legislações europeias que determinam a realização de devida diligência em direitos humanos e trabalhistas pelos importadores de café”, explica Silvia.
Durante as discussões, os representantes do governo alemão destacaram que os dois países são importantes atores na cadeia de suprimento global de café e que o setor brasileiro está bem-preparado para atender ao Regulamento Europeu para Produtos Livre de Desmatamento (EUDR), reconhecendo as iniciativas de rastreabilidade e monitoramento socioambiental desenvolvidas pelo segmento exportador, as quais conferem vantagem competitiva aos cafés do Brasil.
Em sua apresentação, o Cecafé destacou a importância econômica e social do café para o país, sendo um diferencial a existência de uma cadeia produtiva eficiente, madura e organizada, que viabiliza uma das mais elevadas transferências do preço de exportação ao produtor, o que se reflete em desenvolvimento humano nas regiões em que o café e cultivado.
A entidade também explicou seus programas e projetos desenvolvidos com os parceiros para a promoção do trabalho decente, com destaque para “Produtor Informado”, “Iniciativa de Ação Coletiva Bem-estar Social na Cafeicultura”, coordenada conjuntamente por Cecafé, Plataforma Global do Café (GCP) e Instituto InPacto, além do protocolo multisetorial para a devida diligência socioambiental e a “Plataforma de Monitoramento Socioambiental Cafés do Brasil”.
“Muitos dos programas e ações desenvolvidos pelo segmento exportador em prol de condições dignas e de capacitação nas práticas trabalhistas foram destacados nas apresentações dos representantes alemães, como a Mellita e a Associação Alemã de Café, destacando o alto nível de engajamento e cooperação na cadeia de fornecimento do café brasileiro para a Alemanha. Ou seja, nossos parceiros lá de fora reconhecem e referendam nossos trabalhos realizados no Brasil”, enaltece Matos.
Ainda em sua explanação, o Cecafé ressaltou a importância da promoção do diálogo social, a relevância da fiscalização trabalhista e a necessidade de aprimoramentos na legislação nacional para a conquista de mais avanços na melhoria contínua das condições de trabalho.
A entidade enfatizou, ainda, a necessidade de responsabilidade nas ações de comunicação, que não devem generalizar casos isolados de violações para todo um setor que é composto por centenas de milhares de empregadores.
“É fundamental que o Brasil não seja prejudicado, mas sim, valorizado por ser uma das origens mais transparentes do mundo no enfrentamento de seus problemas sociais”, explica o diretor-geral do Cecafé.
Por fim, o diretor-geral do Conselho passou a mensagem de que a entidade, como representante dos exportadores brasileiros de café, segue comprometida com os preceitos de trabalho decente, reiterou sua abertura ao diálogo com parceiros na Alemanha e acolheu as oportunidades de cooperação destinadas à melhoria contínua da sustentabilidade dos Cafés do Brasil, sempre reconhecendo os esforços de uma cadeia produtiva que se organiza, investe e trabalha continuamente para superar desafios e abastecer o mundo com cafés de qualidade e alinhados aos critérios ESG.