CNA reforça apoio ao acordo entre Mercosul e União Europeia, mas alerta para barreiras

Publicado no dia 04/12/2024 às 11h03min
Mori destacou que a CNA apoia historicamente o acordo, desde que ele assegure o acesso dos produtos brasileiros de forma efetiva.

A diretora de Relações Internacionais da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Sueme Mori, manifestou, nesta terça-feira (3), otimismo cauteloso quanto à possível conclusão das negociações entre Mercosul e União Europeia, que se arrastam há quase 25 anos. Segundo ela, a finalização desta etapa, esperada para a próxima semana, representa um marco, mas também exige atenção a pontos críticos que podem limitar o acesso dos produtos agropecuários brasileiros ao mercado europeu.

De acordo com Mori, a União Europeia é o segundo principal destino das exportações agropecuárias brasileiras, recebendo cerca de 13% do total exportado pelo país. Produtos do agronegócio brasileiro, como carnes e grãos, são especialmente competitivos, o que tem gerado preocupações em países europeus, como a França, que receiam prejuízos para seus próprios produtores rurais.

“A alta competitividade da produção agropecuária do Mercosul, especialmente do Brasil, é vista como uma ameaça para alguns setores da União Europeia”, explicou a diretora.

Mori destacou que a CNA apoia historicamente o acordo, desde que ele assegure o acesso dos produtos brasileiros de forma efetiva. Contudo, ela pontuou que regulamentos europeus introduzidos desde 2019, como a legislação de desmatamento vinculada à política de descarbonização, podem se tornar barreiras ao comércio.

“Nossa posição é favorável, mas o acordo deve preservar as condições negociadas, garantindo a abertura recíproca dos mercados. Medidas regulatórias não podem inviabilizar o acesso dos nossos produtos”, afirmou.

Outro aspecto ressaltado foi o impacto positivo que o acordo poderia ter na competitividade do Brasil no comércio internacional. Apesar de já ser altamente competitivo, o Brasil possui poucos acordos comerciais com grandes blocos econômicos. Mori destacou que a redução de tarifas, prevista no texto do acordo, poderia impulsionar ainda mais as exportações brasileiras para o mercado europeu.

A CNA espera que o entendimento final contemple os interesses do setor agropecuário brasileiro, sobretudo frente ao cenário de tarifas elevadas e regras que podem dificultar a entrada de produtos.

“O Brasil é competitivo mesmo sem preferências tarifárias. Com o acordo, nossas exportações para o bloco europeu têm grande potencial de crescimento”, concluiu Mori.

O debate sobre o acordo ocorre em um momento de intensa discussão sobre o futuro do setor agropecuário brasileiro e seu papel no comércio global. Questões relacionadas à sustentabilidade, competitividade e adaptação às novas exigências regulatórias têm ganhado destaque, evidenciando a necessidade de políticas que conciliem o crescimento econômico com a preservação ambiental e a inclusão social. Essas dinâmicas reforçam a importância de acordos internacionais que beneficiem o agronegócio e os compromissos assumidos pelo Brasil em termos de desenvolvimento sustentável.

Fonte: Agro+

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