MST invade estrada de ferro no Pará e duas fazendas no Rio Grande do Sul
Uma vigÃlia na sede do Incra em Porto Alegre também está em andamento
Operação no Pará teve início por volta das 5h da manhã e integra a Jornada de Luta por Direitos e Reforma Agrária Popular. (Foto - MST/Divulgação)
O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) realizou ações de invasão nesta terça-feira (3), uma no Pará e outra no Rio Grande do Sul.
No Pará, o MST invadiu a Estrada de Ferro Carajás, localizada no município de Parauapebas. A operação teve início por volta das 5h da manhã e integra a Jornada de Luta por Direitos e Reforma Agrária Popular.
O movimento abrange 11 municípios ao longo do Corredor da Estrada de Ferro Carajás, estendendo-se até São Luís, no Maranhão, segundo o MST
O objetivo da invasão, de acordo com as lideranças, é pressionar a mineradora Vale, além dos governos federal, estadual e municipal, a atenderem as demandas de comunidades afetadas pelos impactos sociais e ambientais gerados pela mineração na região.
Entre as principais reivindicações do MST estão a devolução de terras, criação de programas habitacionais e de renda, investimentos em reflorestamento e agroecologia, e reparações pelos desastres de Brumadinho e Mariana.
Vale lembrar que, em outubro, o governo federal assinou um acordo que prevê o pagamento de R$ 132 bilhões em indenizações por parte das empresas envolvidas na tragédia de Mariana, em Minas Gerais, ocorrida em 2015.
O movimento também exige a formação de uma força-tarefa para fiscalizar e executar essas ações.
Invasões e Acampamento no Rio Grande do Sul
No Rio Grande do Sul, além de uma vigília na sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em Porto Alegre, o MST também realizou a invasão de duas fazendas em Pedras Altas.
A vigília, que não tem previsão de término, é uma ação para pressionar o governo federal a avançar nos processos de Reforma Agrária, que estão paralisados há mais de dez anos, segundo o MST.
O movimento exige que o Incra acelere as vistorias e compras de terras, com o objetivo de possibilitar o assentamento de cerca de 1,5 mil famílias acampadas no estado.
Ildo Pereira, coordenador do Acampamento João Sales, comentou sobre a invasão nas fazendas Nova e Santa Angélica, áreas já avaliadas pelo Incra.
"Essas terras têm capacidade para assentar quase 180 famílias", afirmou Pereira. Atualmente, 170 famílias do Acampamento Sebastião Sales de Hulha Negra estão acampadas na região.
Clério Renato, conhecido como Xará, destacou a união do movimento e a determinação em permanecer até obter o assentamento. "Só sairemos do Incra quando tivermos a legalidade de uma área para podermos pegar nossa terra. Com chuva ou vento, nosso objetivo é o assentamento", disse.
Na sede do Incra, cerca de 250 famílias dos acampamentos Herdeiros da Luta, de Tupanciretã, Sepé Tiaraju, de Encruzilhada do Sul, e 8 de Março, de Charqueadas, estão mobilizadas. A pressão do MST busca garantir terras e condições de vida dignas para as famílias envolvidas.
Por redação | Agrofy News