Acordo agropecuário com China pode levar Brasil ao topo das exportações mundiais
Potencial comercial pode chegar a US$ 500 milhões por ano
A recente visita do presidente chinês, Xi Jinping, ao Brasil resultou em avanços estratégicos para o agronegócio brasileiro, com potencial para impulsionar o país à liderança global em exportações.
O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), em parceria com a Administração Geral de Aduana da China (GACC), assinou quatro protocolos de requisitos fitossanitários. Esses acordos permitem a exportação de uvas frescas, gergelim, sorgo e derivados de pescado, como farinha e óleo de peixe para ração animal.
Essa iniciativa se soma à abertura de mercado para a noz-pecã brasileira, aprovada em junho, totalizando um potencial comercial anual de até US$ 500 milhões.
Segundo o Mapa, além de diversificar a pauta exportadora, os novos acordos abrangem produtos cultivados em várias regiões do Brasil, conectando-os a um mercado de 1,4 bilhão de consumidores.
“Essa abertura tem capacidade de alavancar o Brasil à liderança global em exportações, como vimos com o algodão, no qual ultrapassamos os Estados Unidos em 2023”, destacou o ministério.
O ministro Carlos Fávaro reforçou a relevância do momento diplomático. “O Brasil já demonstrou ser confiável como maior fornecedor de alimentos e energia renovável. Temos capacidade de intensificar parcerias de forma sustentável”, afirmou.
Entre os destaques está o contrato firmado entre a cafeteria chinesa Luckin Coffee e a ApexBrasil, em conjunto com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). O acordo prevê a compra de 240 mil toneladas de café brasileiro entre 2025 e 2029, totalizando US$ 2,5 bilhões.
A parceria começou em junho, durante a visita do vice-presidente Geraldo Alckmin e do ministro Carlos Fávaro à China, quando foi fechado o primeiro contrato para 120 mil toneladas de café, avaliado em US$ 500 milhões.
O CEO da Luckin Coffee, Jinyi Guo, destacou o impacto positivo da qualidade do café brasileiro. “Com 300 milhões de clientes, esta parceria é só o começo. Queremos ampliar ainda mais nossa colaboração e convidamos todos a conhecer nossas novas fábricas e lojas”, afirmou.
Em 2022, as exportações de café para a China somaram US$ 80 milhões, enquanto o novo contrato representa um incremento de mais de seis vezes esse valor.
Mais cooperação técnica e comercial
Outros acordos firmados durante a visita oficial incluem um Memorando de Entendimento para intercâmbio tecnológico e regulação de pesticidas entre o Mapa e o Ministério da Agricultura da China, além de uma Carta de Intenções com a Administração Estatal de Regulação de Mercados (SAMR) para fortalecer a cooperação técnica, científica e comercial.
A promoção da agropecuária brasileira também foi tema de um Memorando de Entendimento entre o Grupo de Mídia da China (CMG) e a Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).
Além de fortalecer o intercâmbio e a cooperação, o documento prevê “melhorar o entendimento e a amizade entre ambos os povos e promover um maior desenvolvimento das relações entre o Brasil e a China, nos princípios de igualdade e benefício mútuo mediante consultas amigáveis”, destaca o documento.
China: principal destino do agro brasileiro
A retomada das boas relações diplomáticas trouxe resultados significativos. Desde o início da gestão, o ministro Carlos Fávaro realizou duas missões à China, único país com dois postos de adidos agrícolas brasileiros.
Além disso, 11 frigoríficos foram reabilitados para exportar e 38 novas habilitações foram conquistadas, consolidando o mercado chinês como destino de 51,6% da carne bovina in natura brasileira.
Em 2023, as exportações agrícolas para a China alcançaram um recorde de US$ 60,24 bilhões, um aumento de US$ 9,53 bilhões em relação a 2022. Esses números reafirmam a posição da China como principal parceiro comercial do Brasil no setor agropecuário.
redação com informações do Ministério da Agricultura e Pecuária | Agrofy News