Insumos: Agro enfrenta ciclo de baixa margem
A geopolítica influencia fortemente o setor
Os fertilizantes, principal insumo agrícola, registraram ligeira queda de custo médio - Foto: Divulgação
Nos próximos anos, o agronegócio enfrentará margens operacionais mais apertadas, após o ciclo positivo de 2019 a 2023, segundo novo relatório do Rabobank. A agricultura brasileira viu expansão de área plantada e altos investimentos, com margens de culturas como soja atingindo mais de 50%. Contudo, o Rabobank prevê queda nas margens, especialmente nos grãos, devido à desvalorização das commodities. A redução nos custos de produção deve amenizar essa contração, mas o cenário global também pressiona, com países como os EUA enfrentando desafios similares.
Os fertilizantes, principal insumo agrícola, registraram ligeira queda de custo médio, de R$ 1.143 para R$ 1.128 por hectare. Culturas como cana e café tiveram reduções de 4,10% e 3,75% nos custos de adubação, enquanto laranja e algodão registraram alta, principalmente pelo aumento no preço do fósforo.
A geopolítica influencia fortemente o setor, especialmente com a ureia, cuja cotação é sensível às tensões no Oriente Médio. Se o conflito entre Israel e Irã se agravar, os preços da ureia podem disparar, impactando diretamente os custos do agronegócio e impondo ao setor a necessidade de adaptação a uma fase de margens reduzidas.
“De acordo com as nossas análises, os mercados de sementes e bioinsumos devem enfrentar algumas dificuldades ao longo de 2024, ainda assim devem continuar a apresentar boas taxas de crescimento, mantendo essa tendência em 2025. Os próximos anos devem ser de um pouco mais de aperto para as empresas de insumos e também para os produtores, contudo, devemos ver a recuperação destes setores ao longo dos próximos anos. Ciclos positivos acabam, mas o mais importante é que os ciclos ruins também acabam”, conclui.
Agrolink - Leonardo Gottems
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