Como obter uma boa higienização dos equipamentos das bezerras?

Publicado no dia 24/10/2024 às 11h17min
Don Sockett já viu sua cota de bezerras doentes. Ele também é um super-detetive em descobrir as causas das doenças, mesmo nos casos mais desafiadores nas fazendas.

Don Sockett já viu sua cota de bezerras doentes. Ele também é um super-detetive em descobrir as causas das doenças, mesmo nos casos mais desafiadores nas fazendas.

Microbiologista Veterinário e Epidemiologista do Laboratório Veterinário e de Diagnóstico da Universidade de Wisconsin, Sockett compartilhou seus conselhos no webcast The Dairy Signal, da Professional Dairy Producers de Wisconsin. Ele disse que a limpeza e a higienização dos equipamentos de alimentação das bezerras são um subsetor de manejo primário que realmente faz diferença. Quando feitas corretamente e de forma consistente, essas ações podem prevenir que as bezerras fiquem doentes e minimizar a disseminação de doenças entre elas.

“Quando visito fazendas, há duas coisas que vejo frequentemente, logo de cara, que eu gostaria de mudar sobre a manutenção dos equipamentos de bezerras”, compartilhou Sockett. “Uma delas é que o sabão para a lavagem inicial não é forte o suficiente. Eles usam um produto que tem cheiro agradável e é suave para as mãos. Mas sabões suaves como esses têm um pH de 10 ou menos, o que não elimina patógenos resistentes como criptosporidiose e salmonela.”

O segundo fator é que as escovas usadas para lavar os equipamentos de alimentação dos bezerros não são secas adequadamente e não são trocadas com frequência. “Você não pode esperar que as cerdas comecem a cair para trocar sua escova”, ele aconselhou.

Os passos recomendados por ele para processar os equipamentos de alimentação de bezerras são:

Enxaguar com água morna (32°C) para remover resíduos de leite e matéria orgânica: essa lavagem inicial não deve ser com água quente, pois isso vai desnaturar as proteínas do leite e fazer com que elas se fixem nas superfícies dos equipamentos, criando uma camada de biofilme que abriga bactérias.

Lavar manualmente com uma escova ou usar um sistema CIP (limpeza no local) por 2-3 minutos: usar água quente (>60°C) que contenha detergente alcalino clorado (pH 11-12). Esta etapa emulsifica gorduras e solubiliza proteínas e carboidratos para que possam ser liberados e eliminados. Esta também é a etapa mais crucial, segundo Sockett, porque quebra o biofilme.

Enxaguar com água fria e depois enxaguar uma segunda vez com água fria contendo um ácido (pH 2-3) e uma solução de 50 ppm de dióxido de cloro. O ácido remove depósitos minerais e o dióxido de cloro atua como desinfetante.

Secar completamente: isso pode ser facilitado com a construção de suportes de secagem para pendurar os equipamentos e promover a exposição ao ar.

Higienizar com uma solução de 50 ppm de dióxido de cloro dentro de 2 horas antes do próximo uso. Isso pode ser feito enxaguando ou pulverizando os equipamentos.

Sockett disse que o último ponto é importante porque é impossível eliminar todos os patógenos. Os remanescentes podem voltar a crescer nas 10-12 horas entre as alimentações dos bezerros. Em condições úmidas, ele já viu o crescimento bacteriano voltar a níveis tão altos quanto estavam nos equipamentos sujos antes de serem limpos e higienizados na noite anterior.

Ele também aconselhou auditorias rotineiras dos equipamentos por uma terceira parte, como o veterinário do rebanho, fornecedor de sucedâneo de leite, representante de equipamentos para fazendas leiteiras ou outro consultor. Essas verificações são realizadas com um medidor de adenosina trifosfato (ATP), que mede a carga bacteriana nas superfícies dos equipamentos.

Outra nota sobre escovas: escolha uma que seja longa o suficiente para limpar todo o comprimento do tubo nos alimentadores. Limpar o tubo por ambas as extremidades com uma escova curta demais – deixando um “ponto morto” no meio – cria um ambiente perfeito para o acúmulo de biofilme e introduz diretamente patógenos aos seus animais mais vulneráveis.

Por fim, Sockett aconselhou planejar um cronograma de substituição regular para garrafas, baldes e bicos. Pequenas rachaduras e fissuras no plástico e na borracha são locais perfeitos para a colonização de patógenos. O equipamento de alimentação de bezerras é muito mais fácil de limpar e higienizar se for mantido em bom estado e substituído antes que esses fatores se tornem um problema.

Sockett disse que protocolos eficazes de limpeza e higienização para equipamentos de alimentação de bezerras não precisam ser complicados. Sua implementação, juntamente com verificações periódicas de ATP para controle de qualidade, pode se tornar uma rotina padrão que prepara a operação de bezerros para o sucesso a longo prazo.

 

 

As informações são do Dairy Herd Management, traduzidas e adaptadas pela equipe MilkPoint.

Fonte: MilkPoint

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