Quais são as 29 usinas de etanol de milho em operação no Brasil?
Market share do cereal multiplicou-se por 10 vezes na matriz de etanol do país em menos de uma década
A indústria de etanol de milho multiplicou por 10 vezes seu market share na matriz brasileira do biocombustível, com um salto de 2% em 2018/2019 para os atuais 20%.
O boom do etanol de milho concentra-se, principalmente no Centro-Oeste, dada a grande produção do cereal, mas há diversas outras iniciativas em distintas partes do país.
Atualmente, o Brasil conta com 29 usinas de etanol de milho em operação, distribuídas principalmente nos estados de Mato Grosso, Goiás e Mato Grosso do Sul, mas também em São Paulo, Paraná e Alagoas.
Essas usinas têm contribuído de forma expressiva para a produção total de etanol no Brasil, atendendo à crescente demanda por combustíveis renováveis.
Com produção estimada de 6,94 bilhões de litros previstos na safra 2024/2025, o setor compensará a esperada redução na produção de cana-de-açúcar nesta temporada.
Nos últimos anos, a produção de etanol de milho no Brasil tem apresentado um crescimento expressivo. Em 2018/19, o país produziu 0,79 bilhão de litros de etanol de milho, um número que saltou para 5,92 bilhões de litros na safra 2023/24.
A presença majoritária no Centro-Oeste reflete a abundância de milho disponível nessa região, além da proximidade de importantes mercados consumidores e rotas logísticas.
Com essa distribuição estratégica, o Brasil tem se posicionado como um dos principais produtores mundiais de etanol a partir do milho, ampliando sua importância no cenário global de energia limpa.
Quais são e onde estão as 29 usinas de etanol de milho no Brasil?
Mato Grosso lidera a produção nacional, com uma participação de 79% do etanol de milho produzido no país, o que corresponde a cerca de 4,2 bilhões de litros anuais. Goiás e Mato Grosso do Sul vêm logo em seguida, com produções de 0,7 e 1,0 bilhão de litros, respectivamente.
Mato Grosso tem nas cidades de Lucas do Rio Verde, Sinop e Sorriso algumas de suas maiores plantas, como as da FS Bioenergia e da Inpasa, que são responsáveis por grande parte da produção nacional.
No município de Nova Marilândia, a usina ALD também desempenha um papel fundamental nesse contexto.
Por sua vez, o estado de Goiás conta com diversas usinas importantes, como a Boa Vista e a São Francisco, ambas em Quirinópolis, além da usina Rio Verde, localizada na cidade homônima.
Também em Goiás, em Chapadão do Céu, está localizada a usina Neomille, uma das importantes unidades produtoras de etanol de milho no país.
As usinas de Mato Grosso do Sul também desempenham um papel relevante no setor, com destaque para as plantas da Inpasa em Dourados e Sidrolândia. Maracaju, outra cidade do estado, abriga a usina Neomille, que também se soma ao conjunto de unidades produtivas dessa região.
Já em Alagoas, na cidade de Coruripe, a usina Pindorama também opera no setor de biocombustíveis, demonstrando a expansão da produção de etanol de milho para outras regiões do Brasil além do Centro-Oeste.
No interior de São Paulo, a usina Cereale, localizada em Dois Córregos, reforça a diversificação geográfica das usinas de etanol de milho.
Confira a lista com as 29 usinas de etanol de milho:
Chapadão do Céu/GO - Neomille
Coruripe/AL - Pindorama
Dois Corrégos/SP - Cereale
Jandaia do Sul/PR - Cooperval
Campo Novo do Parecis/MT - Coprodia
Ipiranga/MT - Fermap, 3 Irmãos
Jaciara/MT - Porto Seguro
Lucas do Rio Verde/MT - FS Bioenergia
Nova Marilândia/MT - ALD
Poconé/MT - BioFlex
Primavera do Leste/MT - FS Bioenergia, Manto
Sinop/MT - Inpasa
Nova Mutum - Inpasa
Dourados/MS - Inpasa
São José do Rio Claro/MT - Libra
Sorriso/MT - Safras, FS Bioenergia, Buriti
Maracaju/MS - Neomille
Quirinópolis/GO - Boa Vista, São Francisco
Rio Verde/GO - Rio Verde
Campos de Júlio/MT - Usimat
Jataí/GO - VMG
Sidrolândia/MS - Inpasa
Balsas/MA - Inpasa
Vicentinópolis/GO - Caçu
Outras soluções
Esse aumento na produção reflete não apenas o crescimento da demanda interna por etanol, mas também os avanços tecnológicos e os investimentos realizados pelas usinas na diversificação também para outros produtos, como o óleo de milho, farelo e DDG (Dried Distillers Grains, grãos secos de destilaria) para nutrição animal.
Além disso, o Brasil tem explorado cada vez mais as possibilidades de exportação de etanol de milho e seus coprodutos, aproveitando a vantagem competitiva que o país possui em relação à produção agrícola e ao uso de tecnologias sustentáveis na produção de biocombustíveis.
Daniel Azevedo Duarte
Agrofy News
Editor-chefe do Agrofy News Brasil