Decreto pode restringir importação de lácteos

Publicado no dia 23/10/2024 às 17h13min
Cenário tem sido desafiador para os produtores

Foto: Pixabay
A partir de janeiro de 2025, a indústria que importar lácteos de países como a Argentina enfrentará cortes no crédito presumido por operação, um incentivo fiscal importante. A iniciativa atende a uma das reivindicações dos produtores de leite do Rio Grande do Sul, que buscavam medidas do governo federal para minimizar as perdas acumuladas no setor.

Segundo Marcos Tang, presidente da Associação dos Criadores de Gado Holandês do Rio Grande do Sul (Gadolando), o cenário tem sido desafiador para os produtores. "Além de três anos de estiagem, enfrentamos a enchente de maio, que prejudicou a produção de silagem e nos forçou a comprar fora, aumentando ainda mais os custos", relatou. Ele acrescenta que muitos produtores tiveram dificuldades para plantar pastagens de inverno, com atrasos de 60 a 90 dias ou, em alguns casos, sem conseguir realizá-las.

Tang destacou ainda a pressão por medidas governamentais contra a concorrência desleal dos produtos lácteos importados. "Nossa luta é antiga e envolve tanto o governo federal quanto o estadual para que intervenham nesse problema", disse.

Apesar das dificuldades, o dirigente mencionou uma pequena melhora recente nos preços pagos pelo litro de leite, o que trouxe certo alívio. “Não é suficiente para comemorar, mas dá algum ânimo. Na última reunião do Conselho de Leite, houve uma leve reação de centavos no preço ao produtor", afirmou.


Tang espera que essa estabilidade nos preços se mantenha até o fim do ano. Ele alertou que, historicamente, os valores pagos aos produtores tendem a cair entre novembro e janeiro, o que pode agravar a situação. "Se conseguirmos manter os preços, será possível aliviar o impacto dos custos, especialmente para os pequenos produtores, que são, em grande parte, agricultores familiares", concluiu.

Agrolink - Aline Merladete
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Fonte: Agrolink