CNA destaca crédito privado como alternativa para produtores
Com a nova norma, os fundos podem operar de forma multimercado, com maior flexibilidade
Durante o evento "Nova Resolução Fiagro: Potencial do Mercado de Capitais no Financiamento do Agro", realizado na Arena B3, em São Paulo, o diretor técnico da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Bruno Lucchi, enfatizou que o crédito privado tem se tornado uma tendência e uma alternativa viável ao crédito oficial, especialmente para pequenos produtores.
O encontro teve como foco a Resolução CVM 214, que regulamenta os Fundos de Investimento nas Cadeias Produtivas do Agronegócio (Fiagro).
Com a nova norma, os fundos poderão operar de forma multimercado, oferecendo maior flexibilidade e eliminando a necessidade de concentrar recursos em um único fator de risco.
Bruno Lucchi também abordou o comportamento dos preços das principais commodities, incluindo soja, milho, boi, cacau e café, e suas respectivas particularidades.
CNA Fiagro
“Cada uma dessas cadeias está em uma fase diferente; algumas apresentam preços mais estáveis, enquanto outras, como o café e o cacau, têm valores mais elevados, refletindo a dinâmica do mercado”, destacou.
Diante desse cenário, ele ressaltou a importância de políticas públicas para manter o setor agrícola dinâmico e tecnológico. Segundo dados do Banco Central, nos três primeiros meses do Plano Safra 2024/2025, houve uma redução superior a 30% na aplicação de recursos oficiais.
Fatores
Bruno apontou que diversos fatores têm dificultado o acesso dos produtores aos recursos, como a manutenção das altas taxas de juros, a elevação da alíquota do Proagro, o atraso na divulgação do Plano e a maior cautela das instituições financeiras, além da falta de atendimento aos produtores do Rio Grande do Sul e a atratividade das fontes privadas.
“O agro passa por ciclos de altos e baixos, mas é um setor consolidado. O mercado de capitais se apresenta como uma ferramenta crucial para fortalecer a resiliência dos produtores”, afirmou Lucchi.
Ele ainda mencionou que o patrimônio líquido do Fiagro alcançou R$ 39,97 bilhões em agosto deste ano, representando um aumento de 138% em comparação ao mesmo período do ano anterior.
Para Lucchi, o setor agropecuário brasileiro é dinâmico e possui particularidades que demandam crédito e seguros rurais robustos para continuar batendo recordes de produção e exportação.
“Não devemos nos concentrar em um único segmento ou pensar que existe uma crise generalizada. Os desafios que enfrentamos já ocorreram no passado. Sempre que o setor supera esses momentos de baixa, emerge mais forte e competitivo, contribuindo significativamente para o país”, concluiu.
redação com informações da CNA | Agrofy News