Economia com transporte ferroviário poderia bancar uma Ferrogrão por ano

Publicado no dia 11/10/2024 às 16h50min
Linhas férreas reduzem custo de transporte em 30% na comparação com rodovias

A economia gerada pela substituição do modal rodoviário pelo ferroviário para transportar produtos agropecuários no Brasil poderia cobrir o investimento da construção de uma Ferrogrão por ano. 

A conclusão é possível a partir de dados divulgados pela Confederação Nacional da Agricultura (CNA), a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e o Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT). 

Isso porque o setor gastou R$ 104,62 bilhões em transporte de cargas em 2022, dos quais cerca de 60% por modal rodoviário, totalizando R$ 62,772 bilhões. Como o transporte ferroviário é cerca de 30% mais barato, a economia chegaria a R$ 18,831 bilhões por temporada.  

Com esse valor, seria possível construir 941,5 km já que, de acordo com a ANTT, cada quilometro de ferrovia custaria em média R$ 20 milhões no Brasil. A aguardada Ferrogrão, por exemplo, tem previstos 933 km de Sinop (MT) e Miritituba (PA).

"Não dá mais para transportar mais 60% da nossa carga em rodovia tendo potencial para utilizar outros modais como o ferroviário, que são mais baratos e sustentáveis", disse a assessora técnica da Comissão Nacional de Logística e Infraestrutura da CNA, Elisangela Pereira Lopes.

elisangela CNA ferrovias logística
Ela destacou a importância das ferrovias para o setor agropecuário em audiência pública na Comissão de Infraestrutura do Senado, ontem (dia 10), que reuniu instituições públicas e privadas para discutir as concessões e a ampliação das ferrovias brasileiras.

Segundo a ANTT, por exemplo, o Brasil possui atualmente 30 mil km de ferrovias, mas apenas 15 mil km é operativa mesmo com avanços nas ferrovias Norte e Sul, Carajás, Fiol (em andamento) e Transnordestina.

Mais demanda
A safra brasileira tem crescido 12 milhões de toneladas por ano desde 2009, especialmente nas regiões de novas fronteiras como Matopiba, Mato Grosso, Rondônia e Pará, que respondem pelo aumento de 10 milhões de toneladas por ano desde então.

Elisangela afirmou que o Brasil está dividido em dois. Nas regiões sul e sudeste, a densidade de linhas férreas é maior, mas, nas novas fronteiras agrícolas, a estrutura ferroviária é quase inexistente.

“A produção de soja e milho em 2023 foi pouco mais de 280 milhões de toneladas, sendo que desses, 200 milhões correspondem às novas fronteiras agrícolas, ou seja, 70% da produção do Brasil hoje está nessas novas fronteiras”, argumentou

Segundo Elisangela, apenas 20% da produção de grãos usou a estrutura de ferrovias. 

“Até quando ficaremos cativos do modo rodoviário, percorrendo de 1,5 mil a 2 mil km para chegar com a carga em um supermercado ou porto? Existem projetos em andamento e vemos uma tendência de crescimento nos investimentos, mas eles têm que alcançar a velocidade da produção e não ficar atrás”, sentencia.

Daniel Azevedo Duarte
Agrofy News
Editor-chefe do Agrofy News Brasil

Fonte: Agrofy News

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