Mato Grosso será o posto de combustível sustentável do mundo, diz presidente da Fiemt
Mato Grosso reforça seu papel de destaque na produção de biocombustíveis, posicionando-se como um dos pilares da transição energética no Brasil e no mundo.
Mato Grosso reforça seu papel de destaque na produção de biocombustíveis, posicionando-se como um dos pilares da transição energética no Brasil e no mundo. Hoje, o estado é o segundo maior produtor de etanol e biodiesel do país, e a nova política do Governo Federal, que incentiva a mobilidade sustentável, promete expandir ainda mais essa capacidade.
O presidente da FIEMT e também das Indústrias de Bioenergia de Mato Grosso (Bioind MT), Silvio Rangel, esteve presente nesta terça-feira (08.10) na cerimônia de sanção presidencial da Lei Combustível do Futuro. O evento foi realizado na Base Aérea de Brasília durante a feira Liderança Verde Brasil Expo e destacou as mais recentes tecnologias de descarbonização em uso no país.
A nova lei cria programas nacionais para diesel verde, combustível sustentável para aviação e biometano. Ela também amplia a mistura de etanol na gasolina e de biodiesel no diesel, além de estabelecer um marco regulatório para captura e estocagem de carbono. Com isso, deverão ser destravados investimentos na ordem de R$ 260 bilhões, criando novas oportunidades que unem desenvolvimento econômico à geração de empregos e preservação ambiental.
“A transição energética do Brasil passa por Mato Grosso. O estado já se consolidou como um dos grandes polos de bioenergia no país. Somos a indústria do futuro sustentável e um dos motores do desenvolvimento econômico nacional para as próximas décadas,” afirmou Rangel. “O mundo precisa de energia renovável, e Mato Grosso tem tecnologia e capacidade para ser a solução: podemos ser o posto de combustível sustentável do mundo,” completou.
O crescimento do setor de biocombustíveis em Mato Grosso está intrinsecamente ligado ao aumento da produção de soja e milho no estado. Esses grãos, além de serem exportados, agora são utilizados para agregar valor por meio da produção de etanol e biodiesel, além de outros produtos, gerando um impacto significativo na economia local.
Na safra 2023/2024, Mato Grosso bateu recorde na produção de etanol (cana e milho), com 5,72 bilhões de litros, um aumento de 32% em relação ao ciclo anterior. Com esse resultado, o estado alcançou a vice-liderança na produção nacional de etanol, ficando atrás apenas de São Paulo.
etanol
Carlos Passos, Presidente da Fieb, Silvio Rangel, presidente da
Fiemt e Ricardo Alban, presidente da CNI, em evento de
sanção da lei Combustível do Futuro
A expectativa é de que o crescimento continue, com quatro novas usinas de etanol de milho previstas para entrar em operação nos próximos anos. Atualmente, das 18 indústrias de etanol em Mato Grosso, nove utilizam exclusivamente o milho e quatro são flex, processando tanto milho quanto cana-de-açúcar.
Silvio Rangel ressaltou o impacto desse crescimento na economia local: “O aumento da produção de biocombustíveis reflete o fortalecimento das indústrias e também traz benefícios diretos para os municípios, com a criação de novas fábricas, empregos e aumento na arrecadação de impostos. Isso também impulsiona setores como o agrícola, logístico e de serviços, promovendo o desenvolvimento econômico geral do estado.”
Biodiesel
Além do etanol, a produção de biodiesel também tem registrado avanços expressivos em Mato Grosso. O estado conta com 17 usinas com autorização de produção pela Agência Nacional de Petróleo (ANP) e três em processo de autorização. Mato Grosso é líder em capacidade instalada no país, com uma produção anual autorizada de 3,3 bilhões de litros. Em 2023, o estado produziu 1,48 bilhão de litros de biodiesel, correspondendo a 20,21% da produção nacional.
Segundo o Sindicato das Indústrias de Biocombustíveis de Mato Grosso (Sindibio-MT), a maior parte do biodiesel produzido no estado é derivada do óleo de soja, que responde por aproximadamente 76% da matéria-prima utilizada. A proximidade das usinas das regiões produtoras de soja, como em Rondonópolis, que abriga quatro unidades industriais, fortalecem ainda mais o crescimento do setor.
Texto: Ana Rosa Fagundes