Ataques de lebres agravam situação de produtores em São Paulo após incêndios

Publicado no dia 25/09/2024 às 11h04min
Com uma incrível capacidade de adaptação, esses animais estão presentes em diversas regiões do país

Depois dos incêndios devastadores que atingiram o interior de São Paulo, os produtores rurais enfrentam um novo desafio: ataques de lebres que vêm causando prejuízos significativos às lavouras.

Com a vegetação destruída pelas chamas e pela seca, as lebres, que normalmente vivem em áreas mais isoladas e são agéis e de hábitos noturnos, começaram a invadir plantações em busca de alimento.

Carlos Suzuki, produtor da cidade de Barrinha, próximo a Ribeirão Preto, teve 20% de sua produção destruída pelos ataques. "A horta virou um oásis para elas, porque estão sem alimento após os incêndios e a seca. Já é difícil produzir com tantos desafios, e agora temos mais um", contou Suzuki à EPTV, afiliada da TV Globo.

Em Jaboticabal, o produtor Antonio Cassiano também foi afetado. De 100 pés de berinjela, apenas oito permaneceram intactos após os ataques, resultando em um prejuízo estimado em R$ 15 mil, com 500 caixas que não chegaram ao mercado.

Para evitar mais danos, Cassiano planeja instalar cercas, uma solução temporária que tem sido eficaz em algumas situações.

Lebres se adaptam ao cenário rural
De acordo com o professor Fabio Nascimento, ecólogo da USP, a invasão de lavouras pelas lebres é um sinal claro de que esses animais perderam suas fontes de alimento naturais. “A maior incidência de lebres nas plantações reflete essa escassez”, explica.

As lebres europeias, também chamadas de lebre-comum, foram introduzidas no Brasil nos anos 1950, inicialmente para caça esportiva, e desde então se adaptaram ao ambiente rural, reproduzindo-se de forma acelerada.

Sem predadores naturais e com uma incrível capacidade de adaptação, esses animais estão presentes em diversas regiões do país. Ataques já foram relatados no Centro-Oeste e Minas Gerais, além do Sul.

A lebre-europeia, maior e mais ágil que o coelho, pode medir entre 47 e 67 cm de comprimento e pesar até 5 kg. Ela prefere habitats abertos, como campos e lavouras, e tem hábitos noturnos, o que dificulta seu controle pelos produtores.

Medidas de controle temporárias
Produtores afetados, como Antonio Cassiano, têm recorrido à instalação de cercas para tentar proteger suas plantações, mas o método pode ser apenas uma solução de curto prazo, uma vez que as lebres podem aprender a contornar essas barreiras com o tempo.

Outros agricultores ainda procuram alternativas para evitar que mais lavouras sejam destruídas.

Coelho ou Lebre? 
Embora muitas vezes confundidos, coelhos e lebres têm características bastante distintas. As lebres são maiores, mais esguias e rápidas, com patas traseiras mais longas, capazes de impulsioná-las em grandes saltos.

Enquanto os coelhos constroem tocas e dão à luz filhotes cegos e indefesos, as lebres nascem completamente formadas, com pelos e olhos abertos, prontas para enfrentar o ambiente.

Com essa nova ameaça às plantações, produtores rurais de São Paulo estão em busca de soluções para evitar que os prejuízos aumentem, já que a presença das lebres nas lavouras deve continuar enquanto a vegetação nativa estiver escassa.

Por redação | Agrofy News

Fonte: Agrofy News

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