IBGE revela as cidades líderes em pecuária no Brasil: descubra onde estão os maiores rebanhos

Publicado no dia 19/09/2024 às 16h24min
Em 2023, setor viu crescimento no número de bovinos e galináceos, mas queda de suínos

A Pesquisa da Pecuária Municipal (PPM), divulgada hoje (dia 18) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apontou onde estão os maiores rebanhos e produções no Brasil.

São Felix do Xingu, no Pará, Toledo, no Paraná, Itaberaí , em Goiás, Santa Maria de Jetibá, no Espírito Santo e Casa Nova na Bahia, são cidades do Brasil que ajudaram o setor a se destacar em rebanhos, por exemplo, no ano de 2023.

São Félix do Xingu (Pará), apesar da retração de 2,8% em relação a 2022, mais uma vez liderou o ranking municipal de efetivo de bovinos, com rebanho de 2,5 milhões de cabeças – equivalente a 9,8% do efetivo paraense, 3,9% da Região Norte e 1% do total brasileiro. 

Corumbá (Mato Grosso do Sul) continuou com o segundo maior rebanho, 2,2 milhões de animais, alta de 8,5% em relação ao ano anterior. Porto Velho (Rondônia) manteve a terceira posição em 2023, com 1,8 milhão de bovinos

Mato Grosso se manteve detentor do maior rebanho estadual, com 14,2% do efetivo nacional – o equivalente a 34 milhões de animais, queda de 0,7% em relação ao ano de 2022. Pará segue com a segunda colocação, com 25 milhões de cabeças, alta de 1% em relação ao ano anterior.

Em terceiro lugar está Goiás com 23,7 milhões de animais, seguido por Minas Gerais e Mato Grosso do Sul.

Juntos, os cinco principais estados produtores de bovinos concentraram 52% do rebanho nacional.

Conheça as cidades recordistas em rebanhos:
Ranking por municípios por cabeças de animais 

Bovinos - São Felix do Xingu (PA): 2.452.095 milhões
Suínos - Toledo (PR): 899.154 milhões
Galináceos - Itaberaí (GO): 16.000.000 milhões
Galinhas - Santa Maria de Jetibá (ES): 12.722.611 milhões
Caprinos - Casa Nova (BA): 725.125 milhões
Ovinos - Casa Nova (BA): 658.535 milhões
 


Cidades com maior produção pecuária
Leite - Castro (PR) - 454.018 milhões litros
Ovos de galinha - Santa Maria de Jetibá (ES) - 317.051 milhões dúzias
Camarão - Aracati (ES) - 13.762.453 milhões de quilogramas
Peixes - Nova Aurora (PR) - 20 milhões de quilogramas
Mel de abelha - Arapoti (PR) - 1.187.702 milhões de quilogramas
Veja o Top 5 da pecuária no Brasil 
Bovinos (cabeças)
São Félix do Xingu (PA) - 2.452.095 
Corumbá (MS) - 2.150.382
Porto Velho (RO) - 1.772.153
Cárceres (MT) - 1.399.931
Marabá - 1.305.000 
Suínos 
Toledo (PR): 899.154 milhões
Uberlândia (MG) - 608.919
Marechal Cândido Rondon (PR) - 590.000
Concórdia - 458.120
Tapurah - 410.00 
 


Galinhas
Santa Maria de Jetibá (ES): 12.722.611
Bastos (SP) - 10.475.500
São Bento do Unaa (PE) - 4.450.00
Primavera do Leste (MT) - 4.341.877
Beberibe (CE) - 3.918.816
Galináceos
Itaberaí (GO): 16.000.000
Santa Maria de Jetibá (ES) - 15.124.735
São Bento do Uma (PE) - 14.203.589
Cianorte (PR) - 13.500.000
Bastos (SP) - 12.550.420
Ovos (produção)
Maria de Jetibá (Espírito Santo) - 317 milhões dúzias
Bastos (São Paulo) 242.860
Primavera do Leste (Mato Grosso) - 113.050
São Bento do Una (Pernambuco) 108.354
Beberibe (Ceará) - 87.483
Leite
Castro (Paraná)  454,0 milhões de litros
Carambeí (Paraná) 269,9 milhões de litros,
Patos de Minas (MG) 211,1 milhões de litros
Patrocínio (MG) - 144.551 milhões de litros
Lagoa Formosa (MG)134.410 milhões de litros
Valor de produção da pecuária tem recorde
A produção total na Pecuária e Produção de Produtos de Origem Animal (PPM) em 2023 alcançou R$ 122,4 bilhões, representando um crescimento de 5,4% em relação ao ano anterior. 

Embora o valor total da produção tenha crescido 5,4% em 2023, esse aumento representa o menor acréscimo percentual dos últimos cinco anos.

Dentre os produtos de origem animal, o setor bovino destacou-se com R$ 112,3 bilhões, um aumento de 4,5% comparado a 2022. Já a aquicultura obteve um desempenho notável, com R$ 10,2 bilhões em produção, o que equivale a um crescimento de 16,6%.

O rebanho bovino também atingiu um marco histórico em 2023, com 238,6 milhões de cabeças, o maior desde o início da série histórica em 1974. Embora esse número represente um crescimento de 1,6% em relação ao ano anterior, este é o menor aumento percentual registrado nos últimos três anos, sinalizando uma desaceleração no setor e uma possível inversão de ciclo na pecuária.

 

Enquanto o efetivo de bovinos e galináceos apresentou crescimento, o número de suínos registrou uma queda. Em contrapartida, a produção de leite e ovos de galinha alcançou níveis recordes, evidenciando um cenário misto para a pecuária em 2023.

O rebanho de suínos apresentou uma queda de 3,1%, resultante da diminuição da demanda, principalmente da China. No entanto, o abate de suínos continuou em níveis elevados, refletindo uma adaptação do setor às novas dinâmicas de mercado. 

“A queda de suínos se deve a algumas incertezas no ano de 2023. Viemos de um aumento expressivo nos últimos anos por conta do volume de exportações, em especial para a China, suprindo a demanda deste país. Em 2023, essa demanda foi diminuindo. Outro ponto foram os custos de produção para os suinocultores”, explicou Mariana Oliveira, analista da PPM.

Números da pecuária em 2023
Galináceos: 1,6 bilhão de aves
Galinhas: 263,5 milhões de aves
Bovinos: 238,6 milhões de cabeças
Suínos: 43 milhões de cabeças
Ovinos: 21,8 milhões de cabeças
Codornas: 15,3 milhões de cabeças
Caprinos: 12,9 milhões de cabeças
Equinos: 5,8 milhões de cabeças
Matrizes de suínos: 5 milhões de cabeças
Bubalinos: 1,7 milhão de cabeças
Produtos da pecuária
Leite: 35,4 bilhões de litros
Ovos: 5 bilhões de dúzias
Ovos de codorna: 250,3 milhões de dúzias
Mel de abelha: 64,2 milhões de quilogramas

O destaque positivo do ano foi o setor de "ovos de galinha", que apresentou um crescimento de 17,3%, alcançando R$ 30,4 bilhões — R$ 4,5 bilhões a mais que no ano anterior. A aquicultura também se destacou, com um aumento de R$ 1,5 bilhão em relação a 2022.

O ano de 2023 também foi marcado por recordes nas exportações de carnes in natura, incluindo bovina, de frango e suína, conforme dados da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços. A China se manteve como o principal destino da carne bovina, respondendo por 59,6% das exportações, embora o volume tenha caído 3,4% em comparação ao ano anterior.

No setor leiteiro, as importações de leite aumentaram significativamente, totalizando 199,2 mil toneladas, um crescimento de 87% em relação a 2022. Essa alta nas importações, combinada com uma demanda interna reduzida, pressionou os preços, fazendo com que o valor médio pago ao produtor caísse de R$ 2,31 por litro em 2022 para R$ 2,27 em 2023.

A pecuária bovina brasileira parece estar atravessando um novo ciclo produtivo. Nos últimos anos, a tendência de retenção de fêmeas para reprodução e aumento do rebanho começou a desacelerar.

Em 2023, observou-se um aumento no abate de fêmeas após a queda no preço da arroba do boi.

Mesmo assim, o rebanho bovino alcançou um novo recorde, atingindo 238,6 milhões de cabeças, um crescimento de 1,6%.

Produção Pecuária no Brasil em 2023: crescimento e recordes 
Em 2023, o setor pecuário brasileiro apresentou resultados mistos, com crescimento em várias áreas, apesar de desafios econômicos. A produção total de leite alcançou 35,4 bilhões de litros, um aumento de 2,4% em relação ao ano anterior.

O valor total da produção de leite foi de R$ 80,4 bilhões, embora o preço médio pago ao produtor tenha caído para R$ 2,27 por litro, refletindo uma oferta crescente e uma demanda interna reduzida.

“A atividade leiteira vinha em declínio e agora ocorreu um aumento em 2023, embora o número de vacas leiteiras tenha apresentado leve queda de 0,1%. Então este aumento da produção do leite se deu em função do aumento de produtividade”, explicou Mariana Oliveira, analista da PPM.


Caprinos e Ovinos
O rebanho de caprinos cresceu 4,0%, totalizando 11,3 milhões de animais, enquanto o de ovinos aumentou 1,3%, chegando a 10,1 milhões. O Nordeste se destacou como o principal produtor, com a Bahia e Pernambuco liderando a produção, focando especialmente em mercados locais e exportações para nichos específicos.

Mel
A produção de mel atingiu um recorde de 64,2 milhões de quilos, com o Nordeste contribuindo com 39,9% do total. Esse crescimento é resultado de práticas apícolas aprimoradas e de uma demanda crescente por produtos naturais.

A Região Nordeste, que em 2022 ultrapassou a Região Sul em produção, observou um aumento de 4,1% no seu resultado, sendo responsável em 2023 por 39,9% do total nacional. Destacando-se o Piauí, com 13,8% da produção nacional, Ceará, com (8,9%), Bahia (7,4%) e Maranhão (5,0%).

Piscicultura
Na piscicultura, a produção de peixes cresceu 5,8%, totalizando 655,3 mil toneladas, com a tilápia representando 67,5% da produção.O peixe mais produzido no Brasil, desde o início do levantamento da piscicultura, é a tilápia. Em 2023 sua produção correspondeu a 67,5% do total de peixes.

Em relação ao ano anterior houve um aumento de 7,6%, e resultou em 442,2 milhões de quilos. O principal município em piscicultura em 2023 foi Morada Nova de Minas (Minas Gerais) que aumentou expressivamente sua produção, respondendo agora por 3,1% da produção nacional.

 

A produção de camarões também teve um desempenho positivo, atingindo 127,5 mil toneladas, um crescimento de 13%. Este setor se beneficiou de investimentos em infraestrutura e tecnologia de cultivo.

O valor de produção foi de R$2,63 bilhões, equivalente a um aumento de 18,3%. Essa estimativa corresponde a um recorde na série histórica da produção, que vem crescendo continuamente desde 2017. 

Do total, 99,6% são provenientes da Região Nordeste, principalmente do Ceará (57,0%) e Rio Grande do Norte (19,4%). 

Fabio Frattini Manzini
Agrofy News
repórter freelancer

Fonte: Agrofy News

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