Fávaro defende clima como o maior ativo do agro brasileiro:
Em Cuiabá, ministro destacou a vocação do Brasil em produzir com sustentabilidade
O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, defendeu ontem (dia 4) o clima como maior ativo da agropecuária brasileira.
Na abertura do Exame SuperAgro, realizado em Cuiabá (MT), o chefe da pasta afirmou que o Brasil pode dobrar sua produção de alimentos sem derrubar uma árvore.
Segundo ele, o Brasil encontrou sua vocação: produzir alimentos e energia renovável com sustentabilidade.
“O Brasil pode e deve intensificar sua produção, mas não precisa ser sobre as florestas ou sobre o cerrado. Agora temos outras oportunidades. Por isso, lançamos o programa de recuperação de pastagens degradadas. Fizemos um estudo muito criterioso e identificamos 40 milhões de hectares propícios ao crescimento da produção brasileira. É dobrar nossa produção sem derrubar uma árvore sequer”, explicou Fávaro.
O Programa Nacional de Conversão de Pastagens Degradadas em Sistemas de Produção Agropecuários e Florestais Sustentáveis (PNCPD) visa converter 40 milhões de hectares em dez anos. Para isso, o Governo vai financiar recuperação de pastagens degradadas com Fundo do Clima.
O modelo priorizará projetos que exigem menor aporte de recursos públicos.
A primeira rodada do programa poderá utilizar mais de R$ 5 bilhões do Fundo Clima, por meio da linha de “blended finance” do Eco Invest. Esse fundo capta recursos estrangeiros para financiar a transição climática no país.
A medida contribuirá para a revitalização de aproximadamente 4 milhões de hectares por ano, com calagem, fostato e cloreto de potássio.
Número de áreas degradadas
Um estudo realizado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), publicado na revista científica Land em fevereiro, indicou qual a quantidade de solos mais fáceis de recuperar no Brasil.
O estudo aponta a existência de aproximadamente 28 milhões de hectares de pastagens plantadas no País com níveis de degradação intermediário e severo que apresentam potencial para a implantação de culturas agrícolas.
Segundo o artigo, se considerar somente o cultivo de grãos, esse montante representaria um aumento de cerca de 35% da área total plantada em relação à safra 2022/2023.
Mercados
Em Cuiabá, Fávaro também enfatizou o fortalecimento das boas relações diplomáticas do Brasil com o mundo. “Já abrimos 182 novos mercados para os produtos da agropecuária brasileira em 58 países. Recorde absoluto. São oportunidades para os nossos produtores”, evidenciou.
Entre os destaques, está a exportação de carnes bovinas e suínas para o México, aguardada há 20 anos, e a abertura do mercado de algodão brasileiro para o Egito, reconhecido internacionalmente. Fávaro também mencionou aberturas em setores menores:
“Não é só para grandes produtores que abrimos mercados. Abrimos o mercado de açaí em pó para a Índia. Imagina o açaí caindo no gosto da população indiana? Olha que geração de oportunidades”, pontuou.
Além disso, citou a habilitação de frigoríficos: “Como se não bastasse a abertura de mercados, também ampliamos as relações. Por exemplo, com a China. Recebemos o governo com 12 plantas frigoríficas com habilitação suspensa. Com um grande trabalho diplomático, reestabelecemos 11 delas e habilitamos mais 43. O que dá um total, em 20 meses, de 54 frigoríficos habilitados. O que isso significa? Oportunidade e geração de emprego”, exemplificou
Por redação | Agrofy News