Agronegócio exporta mais volume, porém fatura menos no 1º semestre
Queda de 5% no preço médio dos produtos explica leve redução no faturamento
As exportações brasileiras do agronegócio registraram faturamento de US$ 82 bilhões no primeiro semestre de 2024 com leve queda de 0,8% em relação ao mesmo período do ano passado.
Segundo o Cepea, a variação ocorreu devido à queda nos preços médios 5% dos produtos exportados, apesar do aumento de 4,5% do volume escoado no período.
Assim, de acordo com o órgão, as exportações brasileiras de produtos do agronegócio seguem firmes neste ano, evidenciando que a demanda externa pelos produtos nacionais se mantém aquecida.
A análise do Cepea usa como base os dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), da Secretaria de Comércio Exterior (sistema Siscomex).
O avanço na quantidade exportada de janeiro a junho esteve atrelado aos crescimentos observados nos envios externos de algodão (228%), de açúcar (+49%), café (+52%), carne bovina in natura (+29%), farelo de soja (+6%), soja em grãos (+2%), o papel (+19%) e a carne suína (+2%).
Pesquisadores do Cepea ressaltam que a redução na produção brasileira de soja pode afetar os resultados do setor no acumulado do ano, colocando maior desafio na busca por superar o valor obtido em 2023.
Além disso, ainda há redução nos preços da maioria dos produtos exportados pelo Brasil, o que também afeta o resultado do faturamento.
A China se mantém como principal destino das exportações do agronegócio brasileiro, adquirindo aproximadamente um terço de tudo que o setor exporta. Os produtos mais demandados pelos chineses são a soja em grão, carne bovina in natura, a celulose e a carne suína.
Os Estados Unidos e países do Oriente Médio, como Emirados Árabes Unidos e Arábia Saudita, aumentaram a participação nas compras dos produtos brasileiros, assim como a Índia, Egito, México e Turquia.
Perspectiva para o 2º semestre
Apesar da leve queda no valor das exportações do agronegócio no primeiro semestre, os embarques continuam em alta, o que mostra a boa demanda externa pelos produtos brasileiros.
No entanto, a menor colheita nacional de soja, principal produto de exportação, deve limitar o crescimento dos embarques desse produto e tornar mais desafiador superar o recorde obtido no faturamento em 2023.
Soma-se a esse desafio o comportamento dos preços externos (em dólar), que seguem em queda. Por outro lado, os embarques de algodão, açúcar, carne bovina in natura e café podem continuar em alta.
Além disso, o câmbio desvalorizado tem mantido os produtos brasileiros mais competitivos no mercado internacional, e a normalização da oferta mundial tem contribuído para uma desaceleração na queda dos valores internacionais.
Por redação | Agrofy News