Mix de açúcar chega a 50,3% em julho
O consumo de etanol permanece robusto
O preço médio por quilo de ATR no estado de São Paulo (Consecana) para a safra 2024/25 até o momento é de R$ 1,17/kg - Foto: Pixabay
Segundo o relatório mais recente do Rabobank, até o final de julho, foram colhidas 333 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, com mais de 50 milhões de toneladas colhidas na segunda quinzena do mês. A qualidade da cana melhorou em julho, passando de 140 kg de ATR por tonelada de cana em junho para 147 kg de ATR por tonelada em julho.
O mix de produção de açúcar atingiu 49,2% até o final de julho, com 50,3% da cana destinada à produção de açúcar na segunda quinzena de julho. No entanto, a última atualização da UNICA destacou que a pureza média do caldo tem sido inferior ao esperado, o que impacta negativamente a produção de açúcar e explica, em parte, a dificuldade em elevar o mix de açúcar acima de 50%.
O consumo de etanol permanece robusto, com o etanol hidratado sendo competitivo, representando em média 66% do preço da gasolina na bomba na região sudeste, onde a demanda por combustíveis é maior. Em meados de agosto, o Rabobank calculou a arbitragem açúcar/etanol em 3,1 centavos de dólar por libra em termos equivalentes ao açúcar, o menor nível registrado em 2024 até o momento.
O preço médio por quilo de ATR no estado de São Paulo (Consecana) para a safra 2024/25 até o momento é de R$ 1,17/kg, ligeiramente abaixo da média de R$ 1,20/kg da safra 2023/24. A recuperação dos preços do etanol e a desvalorização do real entre abril e julho ajudaram a compensar os preços mais baixos do açúcar em dólar.
A precipitação foi leve ou inexistente nas principais regiões produtoras de cana no início de agosto, e a grande questão para os próximos meses é a evolução dos rendimentos. Em julho, os rendimentos caíram mais de 15% no estado de São Paulo em comparação com a temporada anterior, que foi excepcionalmente boa. O Rabobank estima que aproximadamente 50% da área total a ser colhida já produziu as 333 milhões de toneladas colhidas até o final de julho, com a colheita de cana mais jovem e vigorosa sendo priorizada. Resta saber o que está reservado para os próximos meses, dado o prolongado período de seca.
Agrolink - Leonardo Gottems
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