Política para transição energética prevê atrair R$ 2 trilhões em 10 anos
Programa se conecta com política de Mudança do Clima e o Plano de Transformação Ecológica
O Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) aprovou em reunião ontem (dia 26), a Política Nacional de Transição Energética (PNTE), que tem como objetivo coordenar a transição energética no Brasil.
A estimativa é que o Brasil pode receber R$ 2 trilhões em investimentos na chamada economia verde, em dez anos.
A política é comandada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e vai integrar diversas políticas governamentais para atrair investimentos em energia limpa e renovável
A PNTE promoverá a articulação e coordenação da transição energética no Brasil, criando sinergia entre as políticas governamentais, como a Política Nacional de Mudança do Clima e o Plano de Transformação Ecológica, de forma a fortalecer a nova economia global com geração de emprego e renda no país, promovendo uma transição justa e inclusiva.
“O Brasil vai protagonizar, no mundo, a nova economia, a economia verde. Energia eólica, solar, hídrica, nuclear, biomassa, biodiesel, etanol, diesel verde, captura e estocagem de carbono, combustível sustentável de aviação, hidrogênio verde. É o renascimento da indústria do Brasil em bases sustentáveis”, enfatizou Alexandre Silveira.
Investimento
Silveira informou que o Novo PAC já conta com R$ 700 bilhões em investimentos previstos em transição energética e lembrou que o presidente Lula sancionou o marco legal do hidrogênio verde neste mês.
“Já temos 27 gigawatts em projetos de hidrogênio protocolados no Ministério de Minas e Energia, que trarão R$ 200 bilhões em investimento. Com os projetos que estamos viabilizando e que não estão no PAC, aumentaremos ainda mais esse número e apresentaremos ao Brasil”, disse.
Lula pontuou que o Brasil já ocupa posição de destaque mundial em relação ao uso de fontes limpas de energia, mas pode avançar mais.
“As pessoas respeitam a gente, porque nós podemos chegar em qualquer lugar e dizer: 80% da nossa energia elétrica é renovável e 51% da nossa matriz total já é renovável e a gente pode chegar a 100%. Quem imaginava, 30 anos atrás, a gente ficar dizendo aqui biomassa, biodiesel, etanol, que vai fazer transição energética, que vai ter eólica, solar e biodiesel verde?”, declarou.
Seis propostas
Ontem, o CNPE deliberou outras seis propostas que visam criar novas oportunidades de desenvolvimento econômico sustentável, principalmente nos setores de óleo e gás.
Houve a aprovação de resolução que estabelece diretrizes adicionais à política de comercialização do petróleo e gás natural da União. A norma cria condições para que o gás natural da União chegue mais próximo aos agentes consumidores, definindo que a PPSA, estatal vinculada ao MME, passe a poder contratar o escoamento e o processamento do volume do gás natural que cabe a? União nos contratos de partilha de produção.
O objetivo dessa resolução é otimizar a utilização de insumos provenientes dos contratos de partilha de produção, impulsionando a industrialização e fortalecendo a segurança no abastecimento nacional de energia, insumos petrolíferos, fertilizantes nitrogenados e outros produtos químicos.
Descarbonização
Outra medida autorizada pelo CNPE é a resolução que estabelece diretrizes voltadas para a descarbonização das atividades de exploração e produção de petróleo e gás natural no Brasil.
As normas incluem o fomento ao desenvolvimento tecnológico, a minimização da queima de gás natural, a manutenção da queima zero de rotina e a promoção do compartilhamento da infraestrutura instalada, entre outros pontos.
O CNPE aprovou ainda uma resolução que visa atualizar as diretrizes estratégicas para o desenvolvimento do mercado de combustíveis, biocombustíveis e derivados de petróleo no Brasil. O documento prevê o fortalecimento da capacidade de processamento nacional, que atualmente enfrenta desafios com importações significativas de derivados.
Entre as diretrizes estratégicas listadas pela resolução, estão a busca pelo aumento da produção de biocombustíveis, a ampliação e modernização do parque de refino e a promoção da transição energética.
Foi determinada também a criação de Grupo de Trabalho (GT) para elaborar estudos especializados sobre os mercados de combustíveis aquaviários, combustíveis de aviação e gás liquefeito de petróleo (GLP). O GT, coordenado pelo MME, será composto por 17 instituições e deve estabelecer diretrizes de interesse da Política Energética Nacional relacionadas ao tema.
Por redação | Agrofy News