Dia do fogo: PF investiga ação orquestrada para incendiar interior de SP

Publicado no dia 26/08/2024 às 16h31min
Grande número de focos ao mesmo tempo não tem explicação em causas naturais, diz Governo Federal

A série de grandes incêndios no interior de São Paulo pode ter origem não apenas criminosa, mas também coordenada em uma espécie de “dia do fogo” em escala estadual.

Essa é a suspeita do Palácio do Planalto que acionou a Polícia Federal (PF) para investigar os possíveis responsáveis pelos eventos, já que, segundo o próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva, não há indícios de causas naturais para tantos focos em poucos dias.  

A informação foi confirmada ontem (dia 25) pela ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, que esteve na sede do Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo), em Brasília.


A ministra disse que o governo trabalha com a suspeita de uma ação criminosa similar ao “dia do fogo”, numa referência ao 10 de agosto de 2019, quando uma ação orquestrada de criminosos ateou fogo em mais de 470 propriedades rurais.

“Há uma forte suspeita de que está acontecendo de novo. Nesse momento é uma verdadeira guerra contra o fogo e a criminalidade. É uma situação atípica. Não é natural, em hipótese alguma, que em dois dias tenha diversas frentes de incêndio envolvendo concomitantemente vários municípios”, disse.

O presidente Lula também compareceu à sala de situação montada há dois meses no Prevfogo para acompanhar a situação dos focos de incêndio. Ele assegurou recursos e ações do governo federal para debelar as chamas, que disse serem difíceis de apagar.

“A gente acaba de apagar o fogo você vira as costas e ele acende outra vez”, descreveu Lula.

Marina mencionou o envio da aeronave KC-390, da Força Aérea Brasileira (FAB) para auxiliar no rescaldo das chamas, mas relatou que o avião ainda não pode atuar por questões de segurança, devido à grande quantidade de fumaça.

Investigações
Ao lado da ministra, o diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, confirmou a existência de 31 inquéritos para apurar condutas criminosas ligadas aos incêndios florestais na Amazônia e mais 20 relacionadas ao Pantanal, além de duas investigações abertas para apurar a situação em São Paulo.

“Mobilizamos as nossas 15 delegacias espalhadas pelo interior [de SP] para que a gente possa identificar essa questão que envolve essas queimadas no estado”.

Rodrigues também explicou que o governo dispõe de ferramentas que permitem retroceder as imagens de satélite, até a identificação da origem dos focos e calor, o que deve auxiliar em grande medida as investigações.

A atuação da PF no caso se justifica devido ao impacto do problema em áreas de interesse da União, como o funcionamento dos aeroportos.

Entre quinta-feira e domingo, o governo paulista informou que havia 46 cidades em alerta máximo para uma possível aproximação das chamas. Com as chuvas no interior paulista no sábado e no domingo, os incêndios acabaram, segundo o governo estadual.

Recompensa por pistas
A iniciativa privada também tomou iniciativa para identificar possíveis autores dos incêndios. Ao menos três grupos oferecem recompensas em dinheiro para quem puder fornecer pistas capazes de identificar crimonosos.

O Grupo Moreno pagará R$ 30 mil para obter informações sobre atos intencionais de fogo em áreas de cultivo de cana-de-açúcar e vegetação nativa. Já a Colombo Agroindústria está oferecendo recompensa de R$ 15 mil para quem oferecer provas que levem à prisão de quem cometeu incêndios criminosos.

A Usina Santa Adélia publicou nota de repúdio e está oferecendo recompensa de R$ 20 mil.

As queimadas a Canaoeste (Associação dos Plantadores de Cana do Oeste do Estado de São Paulo), informou que os incêndios não são provocados pelos produtores de cana-de-açúcar e tão pouco pelas usinas. Segundo a Associação, a prática foi extinta totalmente desde 2017.

Auxílio
O Governo do Estado de São Paulo já anunciou um crédito emergencial de R$ 10 milhões para os produtores afetados com recursos de até 50.000 a juros zero destinado ao custeio e recuperação de áreas atingidas.

Segundo o próprio governo, em números iniciais, o prejuízo supera a casa do R$ 1 bilhão.

Fumaça
A fumaça gerada pelas chamas no interior paulista e em outras regiões tem sido carregada por ventos favoráveis para as regiões centrais do país.

Ontem, por exemplo, Brasília amanheceu com vários bairros encobertos pela fumaça. O fenômeno, facilitado pelo tempo seco, também foi registrado em outras capitais, como Goiânia e Belo Horizonte.

De acordo com o governo federal, um número recorde de brigadistas foi mobilizado para trabalhar no combate aos incêndios florestais neste ano, incluindo 1,4 mil na região amazônica e 800 no Pantanal.

Helicópteros da Marinha e do Exército foram enviados nesta semana a São Paulo para auxiliar no combate aos incêndios no estado.

Daniel Azevedo Duarte
Agrofy News
Editor-chefe do Agrofy News Brasil

Fonte: Agrofy News

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