Brasil precisa acelerar compras de soja

Publicado no dia 19/08/2024 às 16h07min
Estoques de soja no Brasil podem não suportar demanda

A Hedgepoint Global Markets divulgou um relatório detalhando a situação atual e as perspectivas para o mercado de soja no Brasil no segundo semestre de 2024. Segundo o estudo, as esmagadoras brasileiras estão com cobertura para aproximadamente dois meses de operações, o que significa que precisarão acelerar significativamente as compras para garantir os estoques necessários até o final do ano.


Com base em dados da Associação Brasileira da Indústria de Óleos Vegetais (Abiove), até o final de junho, o Brasil processou 26,9 milhões de toneladas de soja, e em julho, espera-se que o número alcance 31,7 milhões de toneladas, o segundo maior desde 2017. No entanto, apesar desse volume expressivo, a necessidade de compras adicionais é evidente.

A Hedgepoint destaca que o setor terá que adquirir 20,9 milhões de toneladas de soja até dezembro, o que representa quase duas vezes e meia a média de compra dos últimos três anos. Este ritmo acelerado de compras é crucial para manter as operações de esmagamento e garantir estoques de segurança, que atualmente cobrem apenas dois meses de produção.


Com a demanda local em alta, a pressão sobre os preços internos da soja tende a aumentar, tornando mais atrativa a venda para o mercado interno em vez da exportação. Além disso, o Brasil se encontra em um momento de transição para o programa de exportação de milho, o que pode influenciar ainda mais o cenário de preços da soja.

A combinação de fatores, incluindo a concorrência crescente pela soja restante e a possibilidade de que as esmagadoras optem por reduzir os estoques de segurança, pode levar a um fortalecimento do basis local nos próximos meses. Ainda de acordo com a Hedgepoint Global Markets, caso os preços se elevem excessivamente, algumas esmagadoras poderão aproveitar o segundo semestre para realizar manutenções em suas plantas, ajustando sua capacidade produtiva em meio a um mercado mais caro.

Agrolink - Aline Merladete
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Fonte: Agrolink