CNA discute políticas agro-socioambientais no Rio+Agro
Evento no Rio de Janeiro abordou oportunidades e desafios na visão do produtor
O diretor técnico da Confederação da Agricultura do Brasil (CNA), Bruno Lucchi, participou, na quinta (1º), de uma mesa redonda sobre políticas agro-socioambientais, no evento Rio+Agro, no Rio de Janeiro.
Com o tema “Oportunidades e desafios na visão do produtor”, Lucchi abordou a complexidade da questão ambiental no Brasil, afirmando que políticas de comando e controle por si só não irão conter o desmatamento ilegal.
Segundo ele, há urgência na implantação do Código Florestal, porque os produtores aderiram ao fazer o Cadastro Ambiental Rural (CAR), porém, os estados validaram menos de 2% desses cadastros.
"A questão ambiental no Brasil é muito complexa, necessitando de um debate mais abrangente. A agropecuária não pode ser acusada de ser a principal causadora do desmatamento, pelo contrário, 33% da vegetação nativa do país estão em propriedades rurais, sob o cuidado do produtor”.
De acordo com Lucchi, o Brasil é referência em práticas sustentáveis de produção agrícola, no entanto, ao invés de conduzir a discussão ambiental internacional, passa boa parte do tempo se defendendo de ataques.
“Enquanto a ideologia e o protecionismo dos países menos eficientes tomarem conta do debate, dificilmente iremos evoluir em como melhorar os sistemas produtivos visando a segurança alimentar do planeta”.
O diretor mencionou ainda a recente decisão do comitê organizador dos Jogos Olímpicos de Paris 2024 de não servir carne bovina para os atletas, o que classificou como uma abordagem inadequada de solução para reduzir o aquecimento global.
“Precisamos ter a ciência, como sempre tivemos, guiando nossa produção, tornando-a mais eficiente e sustentável,” concluiu.
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