Goiás identifica dois casos de greening e intensifica ações de controle da doença

Focos foram encontrados em dois pomares nos municípios de Campo Limpo de Goiás e Quirinópolis

O estado de Goiás registrou em julho dois focos de greening, praga que atinge plantações de laranja e de outros cítricos. Segundo a Defesa Agropecuária de Goiás (Agrodefesa), os casos foram identificados em dois pomares nos municípios de Campo Limpo de Goiás e Quirinópolis

O órgão suspeita que a contaminação tenha se dado a partir da compra de mudas não certificadas contaminadas com a doença bacteriana cujo vetor é o inseto psilídeo.

A partir da confirmação da existência dos focos em Goiás, a Agrodefesa iniciou uma série de medidas de controle da doença no Estado.

Na semana passada, fiscais estaduais agropecuários realizaram visita técnica com o objetivo de conhecer os sintomas da doença e de realizar levantamento de abrangência do foco da praga.

Em Campo Limpo de Goiás, o foco foi encontrado em algumas plantas de uma pequena propriedade comercial de cerca de seis hectares, produtora de tangerina (Citrus reticulata Blanco) da cultivar Ponkan.

“Desde que o Laboratório Federal de Defesa Agropecuária (LFDA-GO) do Ministério da Agricultura e Pecuária confirmou a presença da doença nas amostras coletadas pela Agrodefesa, em Campo Limpo de Goiás e Quirinópolis, nosso quadro técnico passou a se debruçar para inspeção e averiguação do foco, incluindo a coleta dos psilídeos, que são os insetos vetores, em pomares próximos para diagnóstico, se estão contaminados pela bactéria do HLB”, explica a gerente de Sanidade Vegetal, Daniela Rézio.

Triagem
Em paralelo, a Agrodefesa tem continuado e intensificado as ações de triagem diagnóstica das armadilhas de captura de psilídeos, realizada de modo rotineiro pela Coordenação do Programa de Prevenção e Controle de Pragas em Citros e pela Coordenação de Programas Fitossanitários da Gerência de Sanidade Vegetal.

“Todas essas medidas são previstas na Portaria Federal nº 317/2021 do Mapa. Esse documento orienta a realização de novos levantamentos fitossanitários para delimitação das áreas de ocorrência, com ênfase nas inspeções fitossanitárias nos viveiros que comercializam mudas cítricas, cuja responsabilidade pela produção é de competência do Ministério. O Governo de Goiás, por meio da Agrodefesa, tem envidado todos os esforços para conter a contaminação pela doença, tão devastadora aos citros ”, reforça Daniela.

Quirinópolis
Além de Campo Limpo de Goiás, o Laboratório Federal de Defesa Agropecuária (LFDA-GO) do Mapa também confirmou a presença doença em Quirinópolis.

No município, o foco foi detectado em apenas uma planta da espécie Laranja Pêra Rio (Citrus sinensis sp) – já erradicada pelo produtor – em uma propriedade comercial de 62 hectares, que é produtora de laranja, limão e tangerina.

Na última semana, a Gerência de Sanidade Vegetal também promoveu uma reunião técnica com fiscais agrônomos, responsáveis pelas inspeções em pomares de citros, para planejamento de levantamentos fitossanitários nos municípios limítrofes do foco do HLB em Quirinópolis.

“Por se tratar da pior doença mundial prejudicial à produção comercial de citros, a Agrodefesa está com todo o seu aparato realizando o que prevê o Ministério da Agricultura, no sentido de conter a expansão desta praga e de prevenir a entrada da doença em novas áreas”, finaliza o presidente da Agência, José Ricardo Caixeta Ramos.

Greening
O HLB ou Greening é considerada a pior doença dos citros por não possuir tratamento e por se propagar em alta velocidade. A doença foi detectada no Brasil a partir de 2004 e tem causado grandes perdas em Estados como São Paulo, Minas Gerais e Paraná.

É causada pela bactéria Candidatus Liberibacter spp., transmitida pelo psilídeo Diaphorina citri, inseto de coloração branca acinzentada e manchas escuras nas asas.

Os principais sintomas do HLB são folhas mosqueadas e amareladas, desfolha, seca e morte de ramos. Os frutos são deformados, pequenos e assimétricos, as sementes são abortadas, pequenas e malformadas e de coloração escura.

Ontem, a Embrapa e Unicamp anunciaram que desenvolveram “nova arma” contra o greening: um nanopesticida que pode ser muito mais eficazes em comparação com os pesticidas convencionais. Promissor, produto precisa passar por novos testes antes de chegar ao mercado.

Por redação | Agrofy News