Projeto milionário vai injetar CO2 no subsolo para 1º combustível com pegada negativa do mundo

Publicado no dia 26/07/2024 às 16h01min
Usina de etanol de milho investe R$ 450 milhões para enterrar gás poluente a 800 metros de profundidade

A FS, empresa produtora de etanol de milho, confirmou a viabilidade técnica do projeto para injetar CO2 a 800 metros de profundidade no solo e gerar o primeiro combustível de pegada negativa no mundo.

A empresa concluiu estudos que comprovam as condições geológicas ideais para “enterrar” o gás de efeito estufa (GEE), resultado da fase de fermentação da produção do biocombustível.

No total, a FS já investiu cerca de R$ 100 milhões nas pesquisas e estudos e destinará outros R$ 350 milhões nas instalações, que já começaram a ser feitas em sua unidade de Lucas do Rio Verde (MT).

“Este avanço deve tornar a FS a primeira produtora de etanol com pegada negativa em carbono no mundo e a primeira a desenvolver a tecnologia fora dos Estados Unidos”, Daniel Lopes, vice-presidente de Sustentabilidade e Novos Negócios na FS.


Apenas duas produtoras de etanol nos Estados Unidos utilizam a tecnologia que é conhecida como BECCS (Produção de bioenergia com captura e armazenamento de carbono).

Apesar de mais sustentável, a tecnologia BECCS em si não garante pegada negativa de carbono. Uma biorrefinaria “carbono negativa” depende de outros elos no ciclo de produção, como o tipo de energia usada pela própria fábrica e o nível de sustentabilidade do milho.

Por isso, a FS poderá ser pioneira em alcançar este marco de sustentabilidade justamente por utilizar exclusivamente milho de segunda safra e biomassa renovável de florestas plantadas como fonte de energia.

Já as plantas estadunidenses ainda dependem de energia fóssil e milho de safra única, que são mais poluentes.

Antivazamento
A ideia surgiu em 2021, inspirada por iniciativas semelhantes em operação nos Estados Unidos. Em outubro de 2023, a FS perfurou um poço estratigráfico de aproximadamente 2 mil metros de profundidade em Lucas do Rio Verde (MT) para examinar as formações rochosas subjacentes.

Os estudos concluíram que a formação rochosa Diamantino, na Bacia dos Parecis, possui a porosidade e permeabilidade necessárias para armazenar CO2 a mais de 800 metros de profundidade.

Nesta profundidade, o gás estará abaixo de uma camada selante de 128 metros de espessura, garantindo segurança contra vazamentos.

A implantação da tecnologia BECCS permitirá que a unidade da FS em Lucas do Rio Verde evite a emissão de cerca de 423 mil toneladas de CO2 por ano.

Ampliação do projeto
Com a expansão do projeto para outras unidades da empresa, o potencial de remoção de CO2 da atmosfera pode superar 1,8 milhão de toneladas anuais.

A FS planeja expandir a tecnologia BECCS para sua unidade de Sorriso, também no Mato Grosso, reforçando o compromisso com a sustentabilidade e a inovação tecnológica no setor de biocombustíveis.

Já a unidade de Primavera do Leste não tem condições geológicas para o modelo.


Esta abordagem em larga escala poderá resultar em uma redução de aproximadamente 77 milhões de toneladas de emissões de carbono por ano, quase 39% das emissões do setor de transporte rodoviário do Brasil.

“Com essa iniciativa, a empresa não apenas contribui significativamente para a mitigação das mudanças climáticas, mas também estabelece um novo padrão de produção de etanol no Brasil e no mundo”, completa.

Daniel Azevedo Duarte
Agrofy News
Editor-chefe do Agrofy News Brasil

Fonte: Agrofy News

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