Meio milhão de hectares de caatinga podem ser recuperados, aponta estudo

Publicado no dia 23/07/2024 às 15h46min
Modelos agroflorestais seriam usados em áreas que ficam na Paraíba, Pernambuco e no Rio Grande do Norte

Há pelo menos meio milhão de hectares de caatinga com potencial de restauração produtiva. É o que aponta um levantamento feito pela fundação holandesa IDH, com apoio do instituto de pesquisa WRI Brasil.

De acordo com o estudo, divulgado hoje (dia 23), em São Paulo, as áreas ficam no Cariri Ocidental, na Paraíba; no Sertão do Pajeú, em Pernambuco; e no Sertão do Apodi, no Rio Grande do Norte.

A pesquisa destaca que a vegetação nativa restaurada poderá oferecer oportunidades econômicas sustentáveis, proporcionando renda e empregos para as populações locais de mais de R$ 40 mil por hectare.

Entre outros benefícios, a restauração da mata local traria regulação hídrica, estabilização do solo e controle da erosão.

“A conservação e a restauração da paisagem na caatinga são cruciais para a resiliência climática, a segurança hídrica e a sobrevivência de suas comunidades”, diz a coordenadora de projetos do WRI Brasil e uma das autoras do trabalho, Luciana Alves.

Modelos agroflorestais
Os arranjos de restauração mais indicados para os territórios analisados são:

o Sistema AgroFlorestal (SAF) forrageiro, tendo a palma forrageira (Opuntia fícus-indica) como espécie principal;
o SAF Melífero, focado em espécies para apicultura e meliponicultura;
o SAF Frutífero, combinando árvores com espécies frutíferas, forrageiras e agrícolas;
a Integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) de caprinocultura com produção de forragem e árvores;
a Regeneração Natural Assistida (RNA);
a Restauração Ativa, com plantio de mudas e sementes;
e a Restauração Hidroambiental, baseada em intervenções para reverter a degradação e restaurar solo e vegetação, indica a  pesquisa. 

Recursos internacionais
“Pela forte intersecção com a agenda climática, a restauração da caatinga poderá se beneficiar significativamente de recursos internacionais e privados destinados ao fortalecimento dessa agenda”, destaca Luciana.

Dos seis biomas que ocupam o território nacional, a caatinga é o único exclusivamente brasileiro. Ocupando aproximadamente 850 mil quilômetros quadrados, é a região do semiárido mais densamente povoada do mundo porque aproximadamente 27 milhões de pessoas vivem nela.

Em junho deste ano, o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) anunciou a seleção de 12 projetos prioritários para a criação de unidades de conservação federais no bioma caatinga, a serem implantadas até 2026, que resultarão no aumento de mais de um milhão de hectares das áreas protegidas.

Por Redação com informações da Agência Brasil | Agrofy News

Fonte: Agrofy News

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