Doença de Newcastle: Mapa descarta novos casos após exames

Publicado no dia 22/07/2024 às 11h46min
Um foco foi identificado em granja comercial no Rio Grande do Sul na semana passada

O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) informou que três casos suspeitos de doença de Newcastle (DNC) no Rio Grande do Sul foram descartados. A confirmação ocorreu após as análises do Laboratório Federal de Defesa Agropecuária de São Paulo (LFDA-SP) revelarem resultado negativo para o vírus.

A doença viral atinge aves silvestres e comerciais e é altamente contagiosa para os animais.

As amostras foram coletadas na sexta-feira (dia 19) em três propriedades suspeitas, localizadas na zona de proteção estabelecida para DNC pela equipe de vigilância e defesa sanitária animal do estado em conjunto com a equipe do Mapa.

Na última quarta-feira (dia 18) foi identificado um foco da doença em uma granja de criação comercial de aves para corte, localizada no município de Anta Gorda, no Rio Grande do Sul.  O diagnóstico positivo também foi feito pelo LFDA-SP.

“Os resultados negativos são uma sinalização extremamente positiva sobre a contenção desse evento sanitário, o que é importante para resolução rápida da situação, e reforça a robustez do sistema de defesa agropecuária do Brasil”, disse o ministério neste domingo.

Barreiras sanitárias

O Mapa informou ainda que estão sendo montadas barreiras sanitárias na região do Vale do Taquari para controlar a movimentação e evitar a entrada e passagem de aves na área do foco, conforme determina o Plano Nacional de Contingência para DNC.

Além disso, as investigações epidemiológicas continuam na zona de vigilância de proteção e em todo o Rio Grande do Sul.

“A população não deve se preocupar e pode continuar consumindo carne de frango e ovos, inclusive da própria região afetada. O Mapa reforça que o consumo de produtos avícolas inspecionados pelo Serviço Veterinário Oficial (SVO) permanecem seguros e sem contraindicações”, continuou o ministério.

Indústria acompanha
Após a confirmação do primeiro caso, a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) e a Associação Gaúcha de Avicultura (ASGAV) divulgaram uma nota afirmando que estão acompanhando e dando suporte à ação do Mapa e da Secretaria de Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação do Rio Grande do Sul.

“As autoridades federais e do estado agiram rapidamente na identificação do caso com interdição da granja, garantindo que não houvesse saída de aves. Os protocolos oficiais estabelecidos para a mitigação da situação pontual foram acionados e o entorno segue monitorado”, disse a entidade.

Neste domingo, a ABPA comemorou o resultado negativo dos testes e disse que continua apoiando os trabalhos de vigilância e as tratativas lideradas pelo governo brasileiro para o restabelecimento do fluxo dos mercados. No ano passado, foram produzidas 14,83 toneladas de carne de frango, segundo a ABPA.

"É uma notícia importante, que confirma se tratar de uma situação isolada", disse a associação.

Na última sexta-feira (19), o Ministério da Agricultura fez uma revisão dos protocolos de emissão de certificação para exportações de carnes de aves e seus produtos. A restrição varia de acordo com os mercados, mas afeta as vendas para 44 países.

Santa Catarina reforça vigilância
O foco no Rio Grande do Sul preocupa os outros estados. O governo de Santa Catarina decidiu reforçar a vigilância para evitar a chegada do vírus da Doença de Newcastle à avicultura do Estado.

A Defesa Agropecuária estadual emitiu nota técnica e ressalta a necessidade de se adotar as mais rigorosas medidas de biosseguridade.

“A Nota Técnica ressalta a necessidade de restringir visitas de pessoas alheias ao sistema de produção, a fim de proteger a saúde e segurança dos planteis avícolas catarinenses”, diz o governo.

O estado está adotando ações específicas, visando garantir a proteção sanitária. Dentre essas ações estão a análise da movimentação animal e produtos de origem animal oriundos da região do foco, vigilância ativa em propriedades que receberam animais daquela região do Rio Grande do Sul nos últimos 30 dias, e orientação aos Postos de Fiscalização Agropecuária (PFFs) da divisa sul do estado para a desinfecção de todos os veículos provenientes da região do foco.

Estado de emergência
O Mapa publicou na sexta-feira (dia 19), portaria que declara estado de emergência zoossanitária no Estado do Rio Grande do Sul. A medida vale por um prazo de 90 dias.

No dia 17 de julho, foi confirmado pelo Mapa o diagnóstico positivo para doença de Newcastle (DNC) no município de Anta Gorda (RS). 

A análise foi feita pelo Laboratório Federal de Defesa Agropecuária de São Paulo (LFDA-SP), reconhecido pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) como laboratório de referência internacional para o diagnóstico da doença.

A investigação epidemiológica do caso foi conduzida pela Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação do Rio Grande do Sul (Seapi). 

A DNC é causada pela infecção por vírus pertencente ao grupo paramixovírus aviário sorotipo 1 (APMV-1), virulento em aves de produção comercial. Além de aves, ela pode atingir répteis, mamíferos, e até mesmo seres humanos. 

Os últimos casos confirmados no Brasil ocorreram em 2006 e em aves de subsistência, nos estados do Amazonas, Mato Grosso e Rio Grande do Sul.

redação com informações da Agência Brasil e do Mapa | Agrofy News

Fonte: Agrofy News