O que se sabe sobre a morte de três toneladas de peixes no "Mini Pantanal Paulista"
Usina é investigada e multa pode chegar a R$ 50 milhões
O Rio Piracicaba, um dos mais importantes de São Paulo, está enfrentando um grave problema ambiental. Mais uma vez, ele foi tomado por peixes mortos.
Foram encontradas pelo menos três toneladas de animais boiando na água. Na última segunda-feira, a mortandade foi na região do Tanquã, área de proteção ambiental conhecida como minipantanal paulista, região é próxima à cidade de Piracicaba.
É a segunda vez que o rio é tomado por peixes mortos em menos de dez dias. No dia 7 de julho, milhares de peixes morreram durante uma queda brusca no oxigênio da água.
A Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), agência paulista responsável pelo controle, fiscalização, monitoramento e licenciamento de atividades geradoras de poluição, está investigando a morte dos peixes no rio Piracicaba.
O odor alterado do rio e a mortandade dos peixes foram notados no dia 7 de julho. No dia seguinte, a Cetesb identificou que a fonte poluidora que causou a morte dos animais era a Usina São José, instalada no município vizinho de Rio das Pedras (SP).
“[A Cetesb] interrompeu o descarte irregular de resíduo industrial e iniciou as análises das amostras coletadas para definir as punições cabíveis à usina, que incluem multa gravíssima e encaminhamento para apuração de crime ambiental, além de ajustes de conduta por parte da empresa”, disse a Cetesb, em nota.
Nesta quarta-feira (17), a Cetesb informou que está aguardando a conclusão das análises laboratoriais das amostras recolhidas no Rio Piracicaba, para embasar o processo administrativo que definirá a penalidade a ser aplicada à Usina São José, produtora de açúcar e álcool. A punição deverá ser publicada até amanhã (dia 19).
Segundo análises da Cetesb, a concentração de oxigênio dissolvido na água do Rio Piracicaba foi normalizada.
Usina nega
A Usina São José S/A Açúcar e Álcool informou, em nota, que está acompanhando as investigações sobre a mortandade de peixes no Rio Piracicaba e suas possíveis causas. “Cabe lembrar que as operações da usina estavam interrompidas desde 2020, tendo sido retomadas somente em maio deste ano, e que nos últimos 10 anos houve mais de 15 ocorrências dessa natureza na região”.
A empresa disse ainda que adota as melhores práticas do ponto de vista ambiental “e não poupa esforços para colaborar plenamente com a Cetesb, a Polícia Ambiental e o Ministério Público”.
A prefeitura de Piracicaba informou que recolheu 2,97 toneladas de peixes mortos na área urbana do município. Os peixes mortos foram descartados para não permitir contaminação do solo ou da água.
Segundo a prefeitura, após a emissão do laudo final pela Cetesb, a multa aplicada na usina poderá variar de R$ 500 a R$ 50 milhões. “A prefeitura continua monitorando a qualidade da água do rio e também pretende exigir do responsável o repovoamento, com a soltura de alevinos [peixes jovens]”.
A substância atingiu área de 42 quilômetros de extensão, entre o local do lançamento no ribeirão até o leito do Rio Piracicaba, na região da Rua do Porto.
Por Redação com informações da Agência Brasil | Agrofy News
Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) está investigando a morte. (Foto - Notícias de Araras)