Invasões de terras causam tensão no Paraná, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul

Publicado no dia 16/07/2024 às 16h43min
Confrontos pelo Brasil deixaram um agricultor ferido na cabeça e um indígena baleado

A semana começou tensa no Brasil com pelo menos três invasões de terra que terminaram com um agricultor ferido no Paraná e um indígena baleado no Mato Grosso do Sul. Já no Mato Grosso, a polícia militar evitou invasão em Poxoréu , que fica a 258 km de Cuiabá.

No Paraná, novamente a cidade de Guaíra voltou a enfrentar problemas com invasões de terras em propriedades rurais com um agricultor ficando ferido.

A invasão ocorreu na localidade de São Domingos, quando um grupo de aproximadamente 30 indígenas montou acampamento em uma propriedade.

O proprietário da terra relatou que, após descobrir a ocupação por indígenas, reuniu-se com outros agricultores e conseguiu retirar os invasores, que estavam em cerca de 30 pessoas com barracas, arcos e flechas, pedaços de pau e fogos de artifício.

Durante o confronto, o filho do proprietário da terra foi ferido com um golpe na cabeça. Ele foi socorrido pelo Samu.

Os indígenas retornaram à aldeia, mas ameaçaram invadir a propriedade novamente, segundo o portal Rondon.

A Polícia Federal e o Batalhão de Fronteira assumiram a ocorrência e orientaram as partes envolvidas.O Boletim de Ocorrência foi encaminhado para a 13ª Delegacia Regional de Polícia (DRP).

Mais uma invasão
Guaira tem sido alvo frequente de conflitos. No começo do mês de julho, uma propriedade rural no município de Terra Roxa foi invadida por indígenas.

O Sistema FAEP/SENAR-PR emitiu nota repudiando a invasão.

“O Sistema FAEP/SENAR-PR ressalta que a passividade do poder público em controlar as invasões tem servido de incentivo para que novos grupos se formem”, diz a nota.

A entidade pede que o Marco Temporal, que ratifica que as demarcações de terras indígenas devem ser limitadas à data da promulgação da Constituição Federal (5 de outubro de 1988) seja cumprido, para que os produtores rurais tenham segurança jurídica.

O Sistema FAEP/SENAR-PR e o Sindicato Rural de Guaíra estão prestando atendimento aos produtores rurais da região.

O vice-prefeito da cidade, Gileade Osti, esteve presente na área de conflito junto o Secretaria de Segurança Pública e Trânsito, Raymundo Francisco Miranda Castanon Andrade, e expressou sua preocupação com o agravamento da situação.

“Já estamos perdendo forças diante de tantas situações que estão acontecendo em nosso município. Tudo o que o município tem feito é buscar soluções jurídicas, administrativas e políticas para uma pacificação”, afirmou Osti em entrevista ao portal da Cidade de Guaíra.

No Mato Grosso do Sul
A ocupação de uma área reivindicada como território tradicional indígena, em Douradina (MS), resultou em um confronto entre produtores rurais e um grupo de guaranis e kaiowás, com um indígena atingido por um tiro.

Segundo os indígenas, eles estão “cansados de esperar pela conclusão do processo demarcatório e decidiram retomar” parte dos 12,1 mil hectares já demarcados para usufruto exclusivo indígena. Cada hectare corresponde aproximadamente às medidas de um campo de futebol oficial.

Um grupo indígena entrou na área na madrugada do domingo (dia 14). “Em represália, durante a tarde [do mesmo dia], fomos atacados por fazendeiros da região”, informa em nota a assembleia Aty Guasu, principal organização política e social das etnias guarani e kaiowá. De acordo com a organização, durante a confusão um indígena foi atingido por um tiro em uma das pernas.

“Queremos nossa terra e seguiremos em marcha em busca do direito à demarcação de nosso território que nos é garantido pela Constituição Federal em seus artigos 231 e 232”, diz a associação.

A assembleia Aty Guasu afirma que a decisão de retomar parte do território foi tomada “após longos anos de espera pela homologação e regularização de nosso território ancestral, sobrevivendo em barracos de lona, sem as mínimas condições de vida.”

Investigação
A Polícia Civil está investigando o tiroteio. Em nota, a Defensoria Pública da União (DPU) informou que acompanha com preocupação e está mobilizada para atuar “diante dos graves fatos ocorridos” em Douradina.

“A Defensoria recebeu relatos de um ataque armado contra os indígenas, ocorrido neste domingo (14), em represália ao grupo que ocupou parte do território para cobrar a demarcação da área e acionou, já no domingo, o Departamento de Mediação de Conflitos do Ministério dos Povos Indígenas e o Ministério de Direitos Humanos e Cidadania”, acrescentou a assessoria do órgão, antecipando que pedirá ao Ministério da Justiça e Segurança Pública a presença de agentes da Força Nacional no local do conflito.

“A principal preocupação neste momento é com a vida e a integridade física das pessoas que estão no local”, diz a defensoria.

Segundo o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), órgão vinculado à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), o Estado brasileiro já reconheceu, identificou e estabeleceu os limites da futura Terra Indígena Panambi (GuyraKambi’y), mas o processo de demarcação está paralisado desde 2011.

Em outubro de 2016, a demarcação, promovida pela Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), foi anulada por uma sentença judicial da 1ª Vara Federal de Dourados (MS).

No Mato Grosso
Policiais militares do 14º Batalhão prenderam dois homens que tentavam invadir uma propriedade rural no domingo (dia 14), na região da BR-070, zona rural do município de Poxoréu (258 km de Cuiabá). Equipes apreenderam com a dupla uma arma de fogo, onze munições .40 e outras 20 calibre 12.

Os policiais foram acionados pelo proprietário da área, que identificou pelas câmeras de segurança uma movimentação de pelo menos seis pessoas supostamente armadas no local. Ele informou que a família e o caseiro estavam na fazenda.


Após a denúncia, as equipes foram até a área e realizaram abordagem de dois suspeitos. Com um deles, foram localizadas uma arma de fogo calibre 40 e onze munições intactas. Já o segundo suspeito foi flagrado com 20 munições calibre 12.

Os policiais identificaram, ainda, que a cerca da fazenda havia sido cortada e que a placa com nome da fazenda foi pintada. Os suspeitos alegaram que foram contratados para realizarem serviços de manutenção na área.


O titular da área apresentou aos policiais militares documentos do imóvel, bem como contrato de compra e venda. No entanto, os suspeitos alegaram que ele não pagou o antigo proprietário.

A dupla e todo material apreendido foram encaminhados à delegacia para registro do boletim de ocorrência.

Conforme relato do proprietário, no sábado (dia 13) um homem foi até a fazenda, disse ser pedreiro e que teria sido contratado pelo ex-dono da área.

Segundo o proprietário, um dos funcionários da fazenda que estava no local disse que a área não pertencia ao empresário há mais de quatro anos e pediu para ele ir embora. Também contou que registrou um boletim de ocorrência sobre esse fato.

Por redação | Agrofy News
Guaira, no Paraná, foi alvo de mais um conflito e agricultor foi atendido após ser atingido na cabeça. (Foto - Portal da Cidade de Guaíra)

Fonte: Agrofy News

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