Previsão de inverno com geada preocupa produtores no MS

Publicado no dia 21/06/2024 às 15h35min
Pantanal acumula em 12 meses mais de 9 mil focos de incêndio e também gera alerta

O inverno começou oficialmente ontem (dia 20) no Brasil e já tira o sono dos produtores de milho do Mato Grosso do Sul por conta do clima.

 Mesmo que os dias frios estejam menos intensos devido às mudanças climáticas, há a previsão de geada para algumas regiões do estado, entre os dias 10 e 15 de julho.

Diante do prognóstico e da preocupação dos produtores, a Associação dos Produtores de Milho e Soja do Mato Grosso do Sul (Aprosoja-MS) tem auxiliado os agricultores e avaliou o impacto potencial desse fenômeno climático na agricultura local.

De acordo com coordenador técnico da entidade, Gabriel Balta, foi identificado que aproximadamente 28% da área de cultivo de milho segunda safra 2023/2024, na região sul do estado, estará nos estágios fenológicos entre R1 (florescimento e polinização) e R4 (grão farináceo).

“Esses estágios são críticos e altamente suscetíveis a danos causados pela geada, podendo resultar em reduções significativas no potencial produtivo”, explica Gabriel.

Ainda segundo ele, na região central do Estado, a análise da Aprosoja/MS estima que 13% das lavouras estarão nos estágios fenológicos entre R1 e R4 durante o período previsto para a geada, o que também coloca essas áreas em risco.

“A região norte parece estar mais segura, sem risco aparente de geada. Além disso, apenas 6% das lavouras nesta região estarão no estágio R4 durante o período de geada”, finaliza Balta.

Colheita do Milho
 Até 14 de junho de 2024, a área colhida no estado atingiu 4,2%. A colheita está mais avançada na região sul, com uma média de 5,1%. Na região central, a média é de 3,1%, enquanto na região norte é de apenas 0,5%.

Dos 76 municípios produtores totais, apenas 42 municípios iniciaram a colheita.

Até o momento, a área colhida, conforme estimativa da Aprosoja-MS, é de aproximadamente 92 mil hectares. O pico da colheita, de acordo com a fenologia, será entre os dias 21 de junho e 19 de julho, período no qual teremos 60% da safra em plena maturação.

A porcentagem de área colhida na 2ª safra de 2023/2024 está 4,2 pontos percentuais acima em relação à 2ª safra de 2022/2023, para a data de 14 de junho.

“Destaca-se que 15% da área está fora do zoneamento agrícola de risco climático e 40% está fora da melhor janela de semeadura”, diz a entidade em nota.

Pantanal acumula em 12 meses mais de 9 mil focos de incêndio
O Programa Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) registrou até ontem 238 focos de queimadas no Pantanal. O número voltou a crescer após uma leve queda que seguiu o último pico de 421 focos no fim da semana passada, nos dias 14 e 15 de junho.

No acumulado dos últimos 12 meses, o bioma soma 9.014 ocorrências de focos de fogo, quase sete vezes mais que os 1.298 registrados pelo sistema no mesmo período do ano passado. Além do maior volume de queimadas, chama a atenção a antecipação do problema, que nos anos anteriores só foi intensificado a partir de agosto.

O Pantanal é a maior área úmida contínua do planeta, e os efeitos de agravamento do fenômeno El Niño na mudança do clima já vem sendo percebidos no volume dos rios que atravessam o bioma.

No mês passado, a Agência Nacional de Águas (ANA) declarou situação crítica de escassez de recursos hídricos na Bacia do Paraguai.

Sala de situação
Na última sexta-feira (dia 14), o vice-presidente Geraldo Alckmin anunciou a criação de uma sala de situação para ações preventivas e de controle de incêndios e secas.

Na ocasião, o presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Rodrigo Agostinho informou que a situação mais critica afetava a região do município de Corumbá, em Mato Grosso do Sul.

"Pela primeira vez estamos com o Pantanal completamente seco no primeiro semestre. O Ibama já contratou mais de 2 mil brigadistas para atuar em todo o país, com foco inicial no Pantanal e na Amazônia”, declarou Rodrigo Agostinho.

Uma pesquisa divulgada recentemente pela rede de pesquisa MapBiomas apontou que proporcionalmente o Pantanal é o bioma mais afetado por queimadas ao longo dos últimos 39 anos. Foram 9 milhões de hectares, o que representa 59,2% do território que abrange os estados do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul..

Entre 1985 e 2023, o município de Corumbá foi o que mais registrou queimadas em todo o país, e o Pantanal, a região que ficou com mais "cicatrizes de fogo" na vegetação nativa, com 25% do território afetado pelas marcas.

Um pacto firmado entre o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) e os governadores dos estados que compõem o Pantanal e a Amazônia, no Dia Mundial do Meio Ambiente, também prevê ações de prevenção e combate às queimadas.

Entre elas a suspensão das autorizações de queima até o fim do período seco.

Por redação | Agrofy News

Fonte: Agrofy News

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