Envolvido em polêmica do leilão, diretor tira licença remunerada da Conab

Publicado no dia 14/06/2024 às 16h05min
Thiago José dos Santos é ex-assessor de Neri Geller, demitido nesta semana no Mapa

Depois do secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Neri Geller, o leilão anulado da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para compra de arroz beneficiado importado tirou mais um do cargo. Pelo menos por enquanto.

Nesta sexta-feira, o diretor executivo de Operações e Abastecimento da estatal, Thiago José dos Santos, tirou licença. Ele, que é responsvável pelo leilão, sai em licença remunerada até o dia 21 de junho e depois, novamente, entre os dias 08 e 19 de julho. 

O motivo do seu afastamento por enquanto temporário não foi explicado pela Conab. Após seu retorno, não é descartada sua demissão. 

Além de fazer parte da diretoria responsável pela realização do leilão de arroz, ele é ex-assessor do então deputado federal Neri Geller, que deixou a secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, após ter o seu nome relacionado a participantes do leilão. A proximidade entre Geller e Thiago foi um dos motivos para que o leilão fosse anulado por conflito de interesses.


O diretor da Conab, que é formado em teologia, foi indicado justamente por Geller para o cargo.

Nas próprias redes sociais da Conab, enquanto era diretor da estatal, Thiago explicou sobre o leilão do arroz antes dele ser anulado. Confira:


Colega
Thiago dos Santos também foi colega de Robson Luiz de Almeida França, dono da Bolsa de Mercadorias de Mato Grosso (BMT) e da Foco Corretora de Grãos. 

A BMT e a Foco são empresas criadas em maio de 2023 por Robson, que também é ex-assessor  Neri Geller.

As duas empresas intermediaram a venda de 44% das 263,3 mil toneladas de arroz importado vendido no certame público. As empresas negam qualquer tipo de favorecimento no leilão.

As duas companhias negociaram 116 mil toneladas no pleito, cujos arremates das suas clientes vão somar R$ 580,1 milhões dos R$ 1,3 bilhão movimentados.

A BMT e a Foco faturariam comissões de corretagem em cima desses valores. Elas representaram três das quatro empresas arrematantes do leilão: ARS Locação de Veículos e Máquinas, Zafira Trading e Icefruit Indústria e Comércio de Alimentos.

Thiago e Robson chegaram até postar fotos juntos na rede social no mesmo período em que a BMT foi cadastrada entre as 13 Bolsas de Mercadorias da Conab. 

Leilão anulado
Na terça-feira (dia 11), o governo anulou a compra de 263,3 mil toneladas de arroz importado após avaliar que a maioria das empresas vencedoras não tinha capacidade financeira de honrar os contratos.

No anúncio do cancelamento, o governo informou que o novo edital terá a participação da Controladoria-Geral da União (CGU), da Advocacia-Geral da União (AGU) e da Receita Federal para que as empresas participantes sejam analisadas antes do leilão.

O edital do novo leilão de arroz importado deve sair no prazo de uma semana até dez dias, garantiu o ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira.

Por redação | Agrofy News
Thiago dos Santos também foi colega de Robson Luiz de Almeida França, dono da BMT e da corretora Foco. (Foto - Reprodução)

Fonte: Agrofy News

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