Leilão de arroz importado da Conab levanta suspeitas de fraude

Publicado no dia 10/06/2024 às 15h21min
Deputado quer abrir CPI pela participação de ex-assessor de secretário do Mapa e possíveis empresas de fachada

Recém terminado o controverso leilão para compra de arroz importado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e uma série de questionamentos começou a ser feita sobre uma possível falta a lisura no processo.

Realizado após idas e vindas judiciais na última quinta-feira (dia 6), o pleito foi uma determinação do Governo Federal apesar da contrariedade do setor e vendeu 263,3 mil toneladas do produto sob argumento estatal de evitar especulação e inflação neste item da cesta básica.

As dúvidas surgiram pela participação de supostas empresas de fachada e de empresários próximos ao atual secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Neri Geller, no leilão.

Por exemplo, a Bolsa de Mercadorias de Mato Grosso (BMT) e a Foco Corretora de Grãos são empresas criadas em maio de 2023 por Robson Luiz de Almeida França, ex-assessor do então deputado federal Neri Geller, que também já foi ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

As duas empresas intermediaram a venda de 44% do arroz importado vendido no leilão público. Contudo, segundo reportagem do Globo Rural, as empresas negam qualquer tipo de favorecimento no certame.

As duas companhias negociaram 116 mil toneladas no pleito, cujos arremates das suas clientes vão abocanhar R$ 580,1 milhões dos R$ 1,3 bilhão movimentados.

A BMT e a Foco faturam comissões de corretagem em cima desses valores. Elas representaram três das quatro empresas arrematantes do leilão: ARS Locação de Veículos e Máquinas, Zafira Trading e Icefruit Indústria e Comércio de Alimentos.

Outro ponto que causou estranheza foi a falta de experiência na atividade de parte de outras vencedoras do leilão.

As 147,3 mil toneladas restantes de arroz foram negociadas pela Bolsa de Cereais e Mercadorias de Londrina (BCLM) para a Queijo Minas, uma loja de queijos e laticínios em Macapá (AP) do empresário Wisley Alves de Souza.

CPI do Arroz
O deputado federal Luciano Zucco (PL-RS) iniciou uma coleta de assinaturas para a criação de uma CPI a fim de investigar uma suposta fraude no leilão público de arroz da Conab.

O deputado da oposição alega que há “indícios de possível fraude”, “possibilidade de direcionamento” e “uso de artifícios escusos” para restringir a competitividade.

Zucco também afirmou que há “indícios de uso de empresas de fachada na disputa” e citou o caso da participação da empresa Wisley A. de Souza Ltda, dono de uma loja de queijos no Macapá (AP), e principal vencedora do leilão.

“Uma semana antes da realização do leilão, a empresa possuía um capital social de apenas R$ 80 mil, totalmente incompatível com a garantia necessária para entrar na disputa. Na véspera, esse capital é convenientemente alterado para R$ 5 milhões”, disse Zucco, em nota.

Redação | Agrofy News

Fonte: Agrofy News

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