Qual a melhor alternativa para a 2ª safra em Mato Grosso?

Publicado no dia 31/05/2024 às 16h10min
Diante da dúvida e da incerteza, uma cultura surge como alternativa

Devido à desvalorização nos preços do milho, os produtores rurais de Mato Grosso, maior Estado agrícola do país, reduziram em 10% a área plantada com milho segunda safra no atual ciclo.

Semeado imediatamente após a colheita da soja, o milho segundo safra além dos preços baixos, foi impactado pelo clima também, o que causa incógnita quanto ao futuro da próxima safra no estado.

Tanto produtores, quanto originadores e a indústria se pegam perguntando: afinal qual a melhor alternativa para a 2ª safra em Mato Grosso?

Diante da dúvida e da incerteza, uma cultura surge como alternativa: o gergelim.

Preto Zanella, proprietário da agroindústria Cooperáguas, se mostrou muito preocupado com a segunda safra do milho, além da quebra da safra de soja. Olhando para o futuro, ele revelou que enxerga uma cultura como oportunidade de negócio no futuro.

Ele aposta no gergelim porque “é uma cultura mais barata, tem menos riscos e o preço estava muito bom”. Ele, embora não revele o quanto, disse que vai investir na produção tanto em Mato Grosso quanto no Piauí e também no aumento da capacidade de armazenamento no próximo plantio.

“O mercado mundial do gergelim é muito grande. É uma cultura atrativa, pelo preço da venda e o valor investido nele que não é muito expressivo. O gergelim já cresceu muito esse ano e vai crescer muito mais”, aponta ele.


Zanela revela que a alternativa é boa e o investimento barato. 

“É uma alternativa para dar um respiro porque sobra dinheiro pelo investimento baixo. No patamar que está o milho hoje, de 37, de 38, é inviável continuar, pois não sobra dinheiro. O gergelim trabalha na faixa de cinco reais o quilo para vender, então acaba sobrando dinheiro. E um custo de produção está na casa de mil reais e ele pode produzir até mil quilo por hectare.”

Na mesma onda
Mesma opinião tem Tiago Perondi, consultor técnico da Pop Corn Agrícola Lucas.

“As alternativas que vão proporcionar um rendimento maior e uma margem melhor por hectare. Com isso culturas como gergelim, milho pipoca ganham importância”, explica.

Segundo ele, a cultura do gergelim atingiu o patamar máximo neste ano no Brasil. “De quase 500 mil hectares. Aumentou em torno de uns 50 mil hectares em relação ao ano passado, mas o setor de exportação também nos últimos anos, vêm crescendo muito, em torno de 120% de aumento de exportação,

Os maiores produtores de gergelim são Canarana e Água Boa, ambos municípios no Mato Grosso. O estado do Piauí também tem aumentado muito sua produção.”

Segundo ele, o gergelim é uma cultura que se adapta muito bem após a janela do milho ou até pode substituir na cultura do milho.

“O gergelim precisa de menos água para produzir em relação ao milho, tem um custo-benefício também, hoje  acaba gerando um lucro maior que a cultura do milho. Hoje, a maioria dos nossos clientes reduziram sua área de milho para plantar gergelim

Exportação
Segundo Paula Gobi, gerente de exportação da Pop Corno Agrícola Lucas, o mercado de gergelim vem crescendo no Brasil desde 2019. “Vem aumentando mais de 50% e esse ano vai ultrapassar 200%. Os nossos clientes têm aceito o nosso produto. Eles têm usado, tem gostado e tem nos solicitado mais originação e mais demanda para esse produto.”

Segundo ela, o mercado asiático, como a Índia, além dos Emirados Árabes e Turquia é crescente. “Na América, países como Guatemala e México também estão demandando bastante. Começamos com o K3 e hoje temos buscado outros tipos e a gente observa que tipos como Anahí e Vitória são bem aceitos fora do Brasil.

O gergelim
Na safra passada, foram colhidas 174 mil toneladas em uma área de 361 hectares. A expectatiova esse ano é colher o dobro. O preço médio do gergelim para exportação varia entre US$ 1.400,00 e 1.500, o que garante uma boa marge para o produtor.

Em 2023, o Brasil exportou 151 mil toneladas contra 42 mil em 2022, um aumento de 257%.

Fatores de competividade e crescimento no Brasil:

Aspectos nutritivos
rentabilidade na segunda safra
alta demanda internacional
abertura de novos mercados
Produção de gergelim deve aumentar 105,8% em Mato Grosso
A produção de gergelim em Mato Grosso deve aumentar em 105,8% conforme o 7º Levantamento da Safra de Grão da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), atingindo 186,7 mil toneladas na safra 2023/2024, ante 90,7 mil toneladas no ano agrícola anterior.

O resultado se deve ao crescimento da área plantada no Estado em 105,9%, passando de 185,5 mil hectares para 381,9 mil hectares.

Os resultados de Mato Grosso estão acima da média nacional, que teve aumento de área de 61,4% e uma projeção do crescimento da produção em 62%. O Estado é líder nacional na produção deste pulse. O município de Canarana (653 km de Cuiabá) é o destaque na produção do grão.

Segundo o governo de Mato Grosso, o gergelim é uma das cadeias produtivas incentivadas por meio do Programa de Desenvolvimento Rural de Mato Grosso (Proder), da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sedec). Desde março de 2021, os produtores rurais passaram a ter acesso aos incentivos fiscais, ao todo são 968 agricultores credenciados.

O percentual do benefício é de 62,5% para as operações próprias de saída interestadual realizadas no Proder e, em contrapartida, há o recolhimento de 1% para o Fundo de Desenvolvimento Econômico de Mato Grosso (Fundes).

O gergelim se tornou opção de segunda safra. É um grão com muita procura pelo mercado internacional, como a Índia. Com dieta basicamente vegetariana, eles consomem muitas leguminosas e eles tem interesse em comprar a produção local.

De acordo com Vinicius Hideki, coordenador do Centro de Dados Econômicos de Mato Grosso (DataHub MT), da Sedec, o gergelim vem crescendo no Estado por ser uma alternativa de produção muito resistente ao calor e a baixa umidade, além de ser bastante lucrativa.

“A cultivar gergelim é uma estratégia promissora para agricultores que buscam aproveitar terras subutilizadas durante períodos de escassez de água.”

Fabio Frattini Manzini
Agrofy News
repórter freelancer

Fonte: Agrofy News

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