Conheça a fazenda referência mundial em agricultura regenerativa

Publicado no dia 15/05/2024 às 15h41min
Modelo garantiu 20% mais produtividade em milho e 25% em soja, além de economia em insumos e mais resiliência climática


Situada no coração do Estado de São Paulo, em Pirassununga, a Fazenda Estância é apontada como referência global em práticas de agricultura regenerativa.

O conceito, caracterizado por conciliar sustentabilidade e produção em escala, é apontado como a principal alternativa para a atividade rural superar o desafio aparentemente contraditório de alimentar o mundo e contribuir, ao mesmo tempo, para conter as mudanças climáticas.

O patriarca José Vick adquiriu em 2005 a propriedade na qual sua esposa, Doralice, havia nascido e seu sogro manteve produção de leite em 8 hectares décadas atrás.

Atualmente, a Fazenda Estância possui 1,1 mil hectares dos quais 780 são dedicados ao cultivo de diferentes culturas, como cana-de-açúcar, soja, milho, mandioca, sorgo e forrageiras.

As jovens irmãs Nathália e Aline Vick assumiram a propriedade da família a partir de 2010 e, desde então, avançam na adoção das técnicas que tornaram a propriedade um exemplo a ser seguido por agricultores dos cinco continentes.

“Desde 2009, já se utilizava o plantio direto na fazenda, que é uma prática muito disseminada no Brasil. Mas percebemos que precisávamos ir além, com rotação de culturas e rotação de raízes e outras práticas”, introduz Aline.

A partir de 2019, as irmãs entraram para o Programa Pro Carbono da Bayer e aproximaram-se de parceiros como o Centro de Estudos de Carbono em Agricultura Tropical da Esalq para avançar ainda mais no conceito.

Com isso, a propriedade foi escolhida como a segunda no país a integrar também o programa global Bayer ForwardFarming da multinacional alemã, que justamente acompanha fazendas de referência nas práticas regenerativas em todo o mundo.

Manejo holístico
O “manejo holístico” da agricultura regenerativa inclui seleção de sementes, gestão integrada de pragas e doenças, agricultura digital, gestão da fertilidade e saúde do solo, boas práticas, proteção de recursos hídricos, boas técnicas de pulverização, preservação da biodiversidade e outras.

Entre os manejos, está a rotação de culturas e até mesmo “descanso” para talhões inteiros. “Dependendo dos indicadores sobre o solo, a gente abdica de uma safrinha no inverno, por exemplo, para deixar o solo descansar com outro tipo de cobertura até porque a janela de safrinha tá cada vez mais curta na região”, cita Aline.

Além disso, a operação da Fazenda Estância inclui uma variedade maior de culturas com plantas de cobertura que podem “prestar serviços”, como descompactar o solo ou fixar nitrogênio, para a qualidade do solo.

“Eu escolho plantas que vão trabalhar para mim e aquele talhão que produziu vai descansar em determinado momento, já preparando para que, na próxima safra, tenhamos ganho de produtividade. Tudo aqui é testado antes. A partir dos resultados, levamos para áreas maiores”, explica.

Resultados e vantagens
Os resultados levaram a família Vick a ampliar a área cultivada com técnicas avançadas de agricultura regenerativa de 60 hectares para os atuais 780 hectares em apenas três anos.


O primeiro resultado positivo foi o ganho de produtividade que, no caso do milho, garantiu 78 sacas por hectares em regime de sequeiro, cerca de 20% acima da média da região.

Já no caso da soja, a comparação da média de produtividade por hectare entre 2020 e 2022 indica que a Fazenda Estância colheu cerca de 25% a mais que a média de Pirassununga.

Mas há outros ganhos igualmente relevantes, como a redução do uso de insumos (como fertilizantes e defensivos) e maior resiliência a períodos secos dada à saúde elevada do solo, além de menor emissões de CO2 e preservação de biodiversidade.

 

Além disso, a taxa de replantio na safra de 23/24 foi de 3% da área plantada, enquanto propriedades da região tiveram que replantar suas áreas de 2 a 3 vezes.

“Quando olho minha curva de produtividade de soja dos últimos cinco anos, vejo ela estável. Posso não ter produzido mais por conta dos desafios climáticos, mas em compensação tive menos perdas, graças a um solo mais saudável. Isso apenas comprova que estamos no caminho certo e que o equilíbrio ecossistêmico é fundamental para a nossa atividade”, explica Aline Vick.

Além disso, a família aposta em sistemas integrados de soluções, com o uso de produtos biológicos integrado com defensivos agrícolas modernos e ferramentas como a plataforma da agricultura digital da Bayer, Climate FieldView, para a gestão e o aperfeiçoamento do manejo baseado em dados.

“Nós estamos no meio de uma jornada e ainda existem muitas melhorias a serem feitas no manejo do sistema agronômico, mas os resultados obtidos até aqui nos motivam a continuar trilhando este caminho. A tecnologia agronômica e a natureza estão a nosso favor”, finaliza Aline Vick.

Daniel Azevedo Duarte
Agrofy News
Editor-chefe do Agrofy News Brasil

Fonte: Agrofy News

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