RS decreta operação emergencial para recolhimento de leite de produtores afetados

Publicado no dia 08/05/2024 às 12h11min
A situação no Rio Grande do Sul tem se tornado crítica devido às intensas chuvas que assolam o estado, afetando severamente a produção e entrega de leite para as indústrias.

A situação no Rio Grande do Sul tem se tornado crítica devido às intensas chuvas que assolam o estado, afetando severamente a produção e entrega de leite para as indústrias. Estimativas da Gadolando e do Sindilat-RS indicam que cerca de 40% do leite não está sendo entregue devido a propriedades alagadas e isoladas, impossibilitando o recolhimento do produto.

Diante desse cenário, uma operação emergencial para a captação do leite, foi decretada. A Gadolando, em colaboração com o Sindilat e a Associação das Pequenas e Médias Indústrias de Laticínios do Rio Grande do Sul - Apil, com o apoio da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação - Seapi, determinou um acordo que permite a todo produtor de leite do estado a entrega de sua produção à indústria que conseguir acessar primeiro a propriedade, evitando assim o desperdício do produto.

Conforme o comunicado enviado pela Gadolando para os produtores, “se tem uma indústria com acesso, que o leite vá para esta até abrir as estradas.” Guilherme Portella, presidente do Sindilat-RS, enfatiza, “Estamos sensíveis à situação, a prioridade é não deixar o produtor sem entregar o leite, e receber por isso”.

Guilherme ainda pontuou que é cedo para avaliar questões como desabastecimento ou alta nos preços do leite, já que ainda não há dados contingenciados. “A preocupação agora é tentar captar o leite para não desamparar o produtor”, afirma.

Além disso, conforme noticiado aqui, muitos produtores enfrentam dificuldades como a falta de combustível para os geradores, o que resulta em situações extremas, como o descarte do leite ou a redução na ordenha dos animais. A escassez de alimentos para o rebanho, a falta de energia e água agrava ainda mais a situação.

Problemas também estão sendo enfrentados pelas indústrias do Estado, afetadas por quedas de energia elétrica e contaminação de poços de água e de estações de tratamento de efluentes. Os insumos também representam uma dificuldade, há registro de falta de embalagens, que tiveram a entrega comprometida.

Por outro lado, a Lactalis, uma das grandes empresas do setor, também está tomando medidas para lidar com a crise. Com cinco de suas fábricas localizadas no Rio Grande do Sul, a empresa enfrenta redução significativa na produção devido às enchentes, como é o caso de Teutônia, onde a produção foi reduzida em 70%.

Para enfrentar a crise de desabastecimento na capital, Porto Alegre, a Lactalis decidiu redirecionar sua produção para água potável. "Agora que o nível da água baixou, conseguimos retomar a captação e vamos começar a produção de água potável no lugar do leite", diz Portella, que também é diretor de Comunicação e ESG da Lactalis. A entrega está prevista até sexta-feira. A iniciativa da empresa conta com apoio de fabricantes de embalagens e agora busca parceiros para o disponibilizar 45 caminhões para o transporte urgente do recurso.

Diante desses esforços conjuntos, tanto as instituições do setor quanto as empresas estão concentrando seus esforços na mitigação dos impactos das chuvas priorizando a proteção das vidas e o apoio mútuo em tempos de crise.

Confira aqui como ajudar os produtores de leite do Rio Grande do Sul.

 


As informações são da Folha de São Paulo e Globo Rural, adaptadas pela equipe MilkPoint.

Fonte: MilkPoint

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