CNA ressalta preocupação para comitiva da UE: "lei pode fechar as portas para o agro brasileiro"

Publicado no dia 30/04/2024 às 16h21min
Acordo com o Mercosul e a legislação antidesmatamento europeia foram pauta de encontro

A diretora de Relações Internacionais da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Sueme Mori, ressaltou a preocupação dos produtores rurais do Brasil em encontro com representantes da União Europeia na sede da entidade em Brasília ontem (dia 29).

Segundo ela, o agro brasileiro está inquieto com a Lei Antidesmatamento da União Europeia (EUDR), e outra regulações europeias, que possam impactar negativamente as exportações brasileiras de produtos agropecuários ao bloco europeu.

O andamento das negociações do acordo com o Mercosul também foi pauta do encontro.

“O mercado brasileiro está preocupado com a lei porque pode fechar portas para os produtos do agro. A CNA é a favor do Acordo desde que haja um mecanismo de reequilíbrio de concessões, que garanta a renegociação dos termos, caso a UE adote medidas, como a EUDR, que prejudiquem o acesso dos produtos brasileiros, conforme previsto no Acordo.”

Ela explicou que a CNA tem acompanhado as negociações com o bloco europeu desde o início, sendo favorável ao texto que foi acordado em 2019, que prevê a ampliação do acesso de produtos do agro brasileiro ao mercado europeu.

Encontro
Sueme Mori participou do encontro com Paolo Garzotti e Inmaculada Monteiro, da Direção-Geral do Comércio (DG Trade), e Damian lluna, da delegação da UE no Brasil.

Paolo Garzotti explicou que o Acordo é “muito político” e que as discussões com os governos estão avançando. O grupo está visitando todos os países da América do Sul para conversar com os governos e com os setores privados.

Ele afirmou que os europeus querem políticas ambientais sólidas, mas não travar as exportações, porque entendem que o continente europeu depende da importação de diversos produtos agrícolas.

“A Comissão quer ouvir todas as partes e já percebemos o problema. Somos leais à legislação, mas sensíveis às preocupações brasileiras.”

Áreas desmatadas
O grupo também discutiu o estabelecimento do risco país, que vai criar uma classificação de risco dos países do Mercosul em relação as áreas desmatadas.

Mori pontuou que essa classificação causa discriminação entre os países e que os produtores rurais do Brasil já estão sofrendo com as cobranças ambientais em contratos de exportação, mesmo antes do início oficial da cobrança da lei.

Segundo ela, é necessário que a União Europeia reconheça a diferença entre desmatamento legal e ilegal, respeite a questão temporal, devido às particularidades da atividade agropecuária, e conclua o mais breve possível os documentos que detalharão os procedimentos de implementação da lei.

O vice-presidente de Relações Internacionais da CNA, Gedeão Pereira, o diretor-geral do Senar, Daniel Carrara, e o coordenador de Inteligência Comercial e Defesa de Interesses, Felipe Spaniol, também participaram da reunião.


Acordo
Aprovado em 2019, após 20 anos de negociações, o acordo Mercosul-UE precisa ser ratificado pelos parlamentos de todos os países dos dois blocos para entrar em vigor. A negociação envolve 31 países.

O acordo cobre temas tanto tarifários quanto de natureza regulatória, como serviços, compras públicas, facilitação de comércio, barreiras técnicas, medidas sanitárias e fitossanitárias e propriedade intelectual.

Em recente visita ao Brasil, o presidente da França, Emmanuel Macron, jogou água fria em acordo entre Mercosul e União Europeia.  Ele disse que não defende o acordo que está sendo costurado entre os países dos dois blocos.

Segundo ele, o atual acordo está sendo negociado há mais de 20 anos e não foi atualizado, prevendo, por exemplo, temas como o clima. Para ele, o acordo “precisa ser renegociado do zero”.

“O Mercosul é um péssimo acordo como ele está sendo negociado agora. Esse acordo foi negociado há 20 anos. Eu não defendo esse acordo. Não é o que queremos. Deixemos de lado um acordo de 20 anos atrás e construamos um novo acordo, mais responsável, prevendo questões como o clima e a reciprocidade”, destacou.

redação com informações da CNA | Agrofy News

Fonte: Agrofy News

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