MST encerra "Abril Vermelho" com 26 invasões e promete mais até o fim do mês

Publicado no dia 22/04/2024 às 11h32min
Movimento afirmou que deseja duplicar o número de invasões

Por redação | Agrofy News

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) encerrou a "A jornada de lutas Abril Vermelho” na última sexta-feira (dia 19) realizando 26 invasões e cinco novos acampamentos, em 13 estados e no Distrito Federal. Os números foram confirmados pelo próprio movimento.

Segundo o balanço final do MST, as invasões e acampamentos foram feitos na Paraíba, Rio Grande do Sul, Espírito Santo, Sergipe, Pernambuco, Paraná, Rio Grande do Norte, Bahia, Pará, São Paulo, Goiás, Ceará e Rio de Janeiro, além do Distrito Federal.

Hoje (dia 22), o MST afirmou que não vai parar por aí. Em entrevista ao Metrópoles, o MST confirmou que deseja duplicar o número de ocupações de terra até o fim do mês de abril. O movimento tem a meta de ultrapassar 50 ocupações de terra com o objetivo de provocar o governo federal para dar agilidade para reforma agrária no país.

"A jornada de lutas Abril Vermelho", organizada pelo MST, promove ações para lembrar do Massacre de Eldorado de Carajás, no Pará, em 17 de abril de 1996. Na ocasião, 21 camponeses morreram por uma operação da Polícia Militar de desocupação de terra.

MST pede rapidez de Lula
Segundo o MST, o Governo Lula tem divulgado dados que precisam de maior detalhamento. Segundo o Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), em 2023, 50.592 famílias foram inseridas no Programa Nacional de Reforma Agrária.

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Ceres Hadich, da direção nacional do MST, explica que esses dados não representam as desapropriações de terra e novas famílias assentadas, principal bandeira do Movimento neste Abril de Lutas.

“Quando a gente vai esmiuçar esses dados, que são dados do próprio Governo, percebe que na verdade apenas 1.450 famílias foram assentadas, através dos projetos de assentamentos”, explica para cobrar.

“Isso é importante a gente dizer, porque por mais que haja um esforço do Governo em sinalizar a retomada da Reforma Agrária, isso massivamente ainda não se deu. Massivamente tivemos a retomada de um processo de regularização das terras no Brasil. Por isso, é fundamental que a gente siga fazendo as lutas, organizando e pautando”.

Terra da gente: insuficiente
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, para tentar diminuir o descontentamento do movimento com seu governo, lançou o "Programa Terra da Gente" na última segunda-feira (dia 22).

De acordo com o programa, até 2026, 295 mil famílias agricultoras serão beneficiadas com a medida. Para 2024, está previsto um orçamento de R$ 520 milhões para a aquisição de imóveis, beneficiando 73 mil famílias.

Ceres disse que o programa é insuficiente.

“Esperamos que o programa nos ajude a acelerar de fato um processo de consolidação, de massificação, e constituição de uma Reforma Agrária no Brasil. Mas a gente sabe também que ele em si não é suficiente para contemplar todas as dimensões da Reforma Agrária Popular”, critica.

“Temos mais adesão agora”
Em entrevista para Folha de São Paulo, a dirigente afirmou que trabalhadores têm mostrado mais disposição de voltar a fazer parte do MST, processo que foi mais difícil diante da hostilidade da gestão Jair Bolsonaro (PL) em relação aos movimentos sociais.

"A própria sociedade está nos sinalizando que é um período interessante para retomada do processo de massificação", explicou ao jornal.

FPA: “MST está no governo”
Na semana passada, o presidente da FPA, deputado federal Pedro Lupion (PP-PR), apontou a conivência do governo federal com as invasões promovidas desde a última segunda-feira pelo MST.

Ele afirmou que membros do movimento têm cargos governamentais.

“Eu encontrei, fazendo uma rápida busca na internet, pelo menos cinco nomes da alta direção do MST ocupando cargos importantes no governo, tanto no Ministério do Desenvolvimento Agrário, quanto no INCRA ou em qualquer outro lugar. É assim que o governo federal diz querer paz no campo?”, disse Lupion.

O programa Terra da Gente também foi alvo de críticas.

“Essa medida do governo é vista com desconfiança pelo setor agropecuário que a considera uma iniciativa já prevista na legislação e foi apresentada às pressas para apaziguar os movimentos de invasão,” ressaltou o deputado.

Pacote anti-invasão avança
Na última terça-feira (dia 17), o Plenário da Câmara dos Deputados aprovou o requerimento de urgência para a apreciação do Projeto de Lei 895/2023, que dispõe sobre sanções administrativas e restrições aplicadas aos ocupantes e invasores de propriedades rurais e urbanas em todo o território nacional.

A proposta faz parte do pacote anti-invasão apresentado pela FPA. Segundo Lupion, é preciso mostrar para os movimentos invasores que a legislação é firme e que não se deve dar espaço para a impunidade. Para ele, o projeto é um de muitos que serão pautados ainda esta semana para coibir os crimes Brasil afora.

“Não podemos aceitar, em pleno 2024, baderna no nosso país. Ainda temos muito para caminhar, com projetos que vão desde tirar os invasores dos programas sociais do governo a tipificar o crime como terrorismo. Demos o primeiro passo agora”, afirmou Lupion.

A decisão permitiu que o texto entrasse direto na pauta do Plenário, sem a necessidade de ser discutido em comissões. O projeto, agora, está na fila para votação.  

Fonte: Agrofy News

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