Tempestade mata aves e gado no Sul e chega com força no Sudeste
Uma microexplosão causou a morte de 14 mil frangos em SC
Um vendaval destruiu um barracão no assentamento Papuã II, em Santa Catarina e matou um animal. (Foto - Jornal O Falcão)
O fim da onda de calor e a chegada da frente fria com chuvas intensas já são realidade no Brasil. Na região Sul, a tempestade já castiga os três estados nos últimos dias e causa prejuízo e estragos no agro.
A partir de hoje (dia 21), as chuvas intensas irão atingir a Região Sudeste do Brasil, principalmente, áreas entre o Vale do Paraíba, litoral norte de São Paulo, sul e Zona da Mata de Minas Gerais, Rio de Janeiro e sul do Espirito Santo, de acordo com Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).
Microexplosão mata aves em SC
Uma microexplosão causou destruição em um aviário na cidade de Abelardo Cruz, em Santa Catarina, cidade que é considerada a capital nacional da semente de soja‘.
Segundo a Defesa Civil, o fenômeno causou a morte de 14 mil frangos. O local, que abrigava mais de 28,3 mil frangos, viu sua estrutura desabar sobre os animais. Um vídeo da Defesa Civil flagrou o desespero das aves no momento do acidente. Veja abaixo:
O prejuízo na propriedade rural está estimado em R$ 2 milhões. O acidente aconteceu na última terça-feira ( dia 19).
Conforme o órgão, nas proximidades árvores de grande porte foram arrancadas pela raiz com a força do vento, deixando os moradores sem passagem na entrada da propriedade. Apesar dos danos, ninguém se feriu durante o temporal.
Ainda na cidade, ontem (dia 21), um vendaval destruiu um barracão no assentamento Papuã II e matou um animal. Ao todo, 51 cabeças de gado de leite estavam abrigadas no local. Doze vacas ficaram feridas e necessitaram de atendimento veterinário.
De acordo com o jornal o Falcão, os proprietários estavam debaixo da estrutura e se socorreram próximo a um trator, que também acabou sendo atingido pela estrutura metálica e de concreto das vigas do barracão. O barracão tinha sido construído há menos de seis meses.
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Na região, o vandaval destelhou outras propriedades próximas e na área urbana também foi uma ocorrência comum. Os ventos que atingiram foram de quase 100 km/h.
No Rio Grande do Sul: colheita prejudicada
Segundo a Emater-RS, as chuvas intensas interromperam a colheita da soja e de milho no Rio Grande do Sul.
A chuva causou danos por erosão em algumas regiões, mas contribuíram para aliviar os efeitos da estiagem naquelas onde a tempestade foi menos intensa.
No Rio Grande do Sul, agricultores relataram a ocorrência de acamamento em plantações de arroz, fenômeno em que o vento "derruba" as hastes das plantas.
Alerta total no Sudeste
A frente fria que chega ao Sudeste hoje (dia 22) deverá provocar chuvas de até 100 milímetros em 24 horas, alagamentos e deslizamentos de terra na região.
A chuva é consequência da aproximação de uma frente fria que avançou pela Região Sul do país ontem (dia 21). O Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) informou que os maiores volumes de chuvas devem ser registrados entre a noite de sexta-feira e a madrugada de sábado.
“Isso já é um problema, porque provavelmente vamos acumular volumes importantes de chuva durante a madrugada de sábado, e sabemos que a logística se torna mais difícil”, disse o diretor de Operações do Cemaden, Marcelo Seluchi.
Segundo o Inmet, a sexta já deve ter registradas algumas áreas com chuva forte, descargas elétricas, granizo e rajadas de vento em São Paulo e no Paraná. Há previsão de acumulado muito alto de chuvas que pegam desde o litoral norte de São Paulo, todo o estado do Rio de Janeiro, a Zona da Mata de Minas Gerais e o sul do Espírito Santo.
“Se a gente pegar os acumulados de chuva de hoje até domingo, podemos ter até mais de 200mm nessas áreas”, diz a coordenadora do Inmet, Márcia Seabra. Segundo ela, também há previsão de ressacas em algumas áreas e ondas de até 2,5 metros no litoral do Rio de Janeiro.
“Levando em conta o volume previsto, não podemos descartar episódios mais graves como corrida de massa ou corrida de detritos”, disse Seluchi. Essa situação pode abranger também a parte sul de Minas Gerais, que faz divisa com o estado do Rio.
Em São Paulo, há possibilidade de inundações mais rápidas, com alagamentos urbanos ou transbordamento de córregos.
Os deslizamentos de terra em São Paulo também serão mais pontuais e esparsos, mas pode haver interrupção de algumas estradas como a Rodovia dos Tamoios, que tem um protocolo de fechamento quando a chuva ultrapassa 100mm.
A orientação para a população das áreas atingidas é observar as recomendações dos serviços de Defesa Civil municipais, estaduais e nacionais, por meio das redes sociais e canais oficiais.
“Em locais onde há sirenes, a população deve seguir as orientações, deixando suas casas no momento em que o alerta é emitido”, diz o diretor do Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres (Cenad), Armin Braun.
Centro-Oeste
A chegada da frente fria no Centro-Oeste traz consigo ainda a possibilidade de chuvas, variando de fraca a moderada, com potencial para precipitações mais intensas e tempestades acompanhadas de raios e rajadas de vento, principalmente no Mato Grosso do Sul.
Essa instabilidade é resultado direto da atuação da frente fria, que favorece a formação de nuvens e ocorrência de chuvas em toda a região.
O Inmet emitiu alerta laranja, de perigo, para áreas do Mato Grosso do Sul.
O volume total de chuva pode chegar a 100 milímetros (mm) em 24h, com ventos de até 100 km/h e queda de granizo.
Os estados de Goiás e Mato Grosso estão sob alerta amarelo, de perigo potencial, para hoje. O volume total de chuva pode chegar a 50 milímetros (mm) em 24h, com ventos de até 60 km/h.
Estão também sob alerta amarelo hoje estados das regiões Nordeste e Norte, como:
Tocantins,
Pará,
Maranhão,
Ceará,
Pernambuco,
Paraíba,
Bahia,
Amazonas,
Roraima,
Piauí e
Rondônia.
