Mobilização nacional é convocada para pressionar governo federal contra importação de leite

Publicado no dia 13/03/2024 às 16h31min
O "Minas Grita pelo Leite" é liderado pela Federação da Agricultura e Pecuária de MG

Por redação | Agrofy News


Uma mobilização nacional, marcada para segunda-feira (18) em Belo Horizonte, visa pressionar o Governo Federal contra as importações desenfreadas de leite em pó do Mercosul, especialmente da Argentina e do Uruguai

O movimento intitulado “Minas Grita pelo Leite” é liderado pela Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg) e acontece no Expominas, em Belo Horizonte, a partir das 10h.

A mobilização já tem adesão de lideranças políticas, cooperativas, associações, sindicatos e produtores rurais. O Minas Grita pelo Leite alerta, ainda, para o risco de desabastecimento do mercado interno e consequente aumento do preço do leite ao consumidor final.

Associação Brasileira dos Produtores de Leite (Abraleite), Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) e Frente Parlamentar em Apoio ao Produtor de Leite (FPPL) estão apoiando e ajudando na mobilização de produtores.

Concorrência desleal
Segundo a Faemg, a concorrência desleal está ameaçando a estabilidade do setor, uma vez que reduz a margem de lucro do produtor, que não tem subsídios como observado em outros países e convive com altos custos de produção.

“O cenário faz com que os produtores abandonem a atividade leiteira, levando ao risco de desabastecimento do mercado interno e consequente aumento do preço do leite ao consumidor final, diz a federação mineira.

O que movimento pede?
O movimento pede a suspensão das importações subsidiadas da Argentina ou a adoção de medidas compensatórias ou salvaguardas imediatas para socorrer os produtores.

Após a manifestação, a Faemg vai inaugurar um relógio na porta da sua sede, na avenida do Contorno, em Belo Horizonte, para mostrar a população há quantos dias os produtores de leite estão sem uma resposta do Governo Federal.

Segundo a Faemg, a pecuária leiteira está presente em 99% dos municípios mineiros, gerando emprego e renda para milhares de famílias. No país, são produzidos formalmente 24 bilhões de litros de leite por ano de um.total de 34 bilhões de litros, e Minas Gerais ocupa 27% dessa fatia.

No estado, são 216 mil fazendas, entre pequenas e médias em sua maioria, e mais de mil indústrias de laticínios.

Reivindicações do setor leiteiro
Suspensão com as importações subsidiadas da Argentina ou adoção medidas compensatórias ou salvaguardas imediatas.
Plano Nacional de Renegociação de Dívidas de todos os produtores de leite.
Inserção permanente do leite nos Programas Sociais do Governo Federal.
Ampliação da fiscalização no âmbito do Decreto 11.732/2023.
Produtores do Sul fecharam até ponte
A insatisfação do setor não é novidade e no Rio Grande do Sul no ano passado, a Fetag-RS, junto com a Contag, os Sindicatos dos Trabalhadores Rurais e as federações que representam a agricultura familiar no Brasil já realizaram várias manifestações contra a importação de leite.

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Em outubro do ano passado, por exemplo, centenas agricultores familiares foram às ruas e fecharam a Ponte Internacional Barão de Mauá, na fronteira entre Jaguarão (RS) e Rio Branco, no Uruguai.

A mobilização envolveu ainda atos em outros lugares, como Santa Catarina, Bahia, Espírito Santo, Rondônia e Pernambuco. Além dos protestos de rua, uma comissão de lideranças do setor foi até em Brasília pressionar o governo federal e o Congresso por apoio.

E o Governo?
No início deste ano, no dia 22 de janeiro, Ministério da Fazenda publicou uma portaria no Diário Oficial da União que inclui linha emergencial linha emergencial para atender cooperativas de produtores de leite no Plano Safra 2023/24.

Em agosto, foi criado um Grupo de Trabalho para reverter o quadro de importação e comercialização de leite em território nacional, formado por representantes do Mapa e de diversos outros ministérios e órgãos do Governo Federal.

Também foi disponibilizado, por meio da Conab, R$ 200 milhões para apoio à comercialização de leite em pó, uma medida emergencial para socorrer os produtores de leite brasileiros.

Entre outras medidas, foram acionadas a Polícia Federal e a Receita Federal para combater a hidratação e entrada ilegal de leite, bem como o aumento da fiscalização pelo Vigiagro do Mapa sobre a qualidade do leite importado que estava entrando no Brasil.

CNA debate o setor
Em paralelo a manifestação nacional, a CNA, através da Comissão Nacional de Pecuária de Leite discutiu, ontem o cenário da produção brasileira de leite diante das importações de lácteos, além de apresentar o plano de ação para 2024 e levantar proposições para o Plano Agrícola e Pecuário.

Segundo assessor técnico, Guilherme Dias, apesar de ainda elevadas as importações no mês de fevereiro, na casa dos 180 milhões de litros, os volumes apresentaram queda mensal de 11% em relação a janeiro.

O grupo também tratou do levantamento de propostas ao Plano Agrícola e Pecuário 2024/25.

“Todos os anos, a CNA consolida um documento para apresentar ao governo com as proposições do agro de acordo com as demandas regionais. Neste ano, além das reuniões regionais, de forma mais macro, tivemos a ideia de conversar com as comissões para incluirmos demandas específicas por cadeia produtivas. Gostaríamos de conhecer as propostas do setor de pecuária de leite do Brasil”, explicou Guilherme Rios, assessor técnico da CNA.

Fonte: Agrofy News

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