Agricultura regenerativa obtém 22% mais sacas de soja que "talhão ao lado"

Publicado no dia 08/02/2024 às 15h57min
Manejo mostrou resultados inclusive em situação estresse climático por falta de chuvas e calor extremo Daniel Azevedo Duarte Agrofy News Editor-chefe do Agrofy News Brasil

Técnicas avançadas de agricultura regenerativas geram benefícios em oferta de nutrientes e água para as plantas. (foto - Bayer)

A produtora Vanessa Bomm decidiu testar o conceito de agricultura regenerativa na prática e de forma sistemática na produção de soja há dois anos e, nesta temporada, começou a colher os resultados.

Em sua propriedade em Terra Roxa (PR), ela dedicou um talhão de 30 hectares com tais práticas e manteve outras áreas com manejo convencional com objetivo de justamente compará-los sob “condições iguais”.

Ao final dessa safra, a porção “regenerativa” alcançou 22% mais sacas por hectare do que aquelas sem os novos tipos de manejo. O resultado demonstrou, inclusive, o potencial da agricultura regenerativa em condições adversas, já que a região sofreu com falta de chuva.

“Meu pai já praticava alguns dos manejos que fazem parte da agricultura regenerativa, como o plantio direto e rotação de culturas, mas ampliamos com outras práticas nos últimos dois anos”, conta a produtora.

A área de teste, segundo a produtora, usou a rotação de culturas com trigo e soja no primeiro ano e braquiária e soja na segunda temporada. “A gente preferiu fazer uma rotação para ver o poder da planta de cobertura e ficamos impressionados sobre como a palhada e as raízes favoreceram o solo”, conta.

Vanessa explica que o solo pode preservar mais umidade e favorecer o desenvolvimento das raízes da soja dada uma cobertura de palhada mais preparada. Assim, enquanto a soja evoluía com vigor no talhão “regenerativo”, o mesmo não era observado logo ao lado.  

“Quando plantamos a braquiária para a cobertura, usamos também adubo orgânico. No momento de plantar a soja, também usamos biológicos no sulco. Tivemos 12 sacas a mais com o mesmo dia de plantio, mesmo dia de colheita e mesmas condições de clima”, compara.

A agricultora lembra do importante impacto de condições climáticas desfavoráveis na região de Palotina e Terra Roxa nesta temporada, inclusive, em períodos críticos como logo após a semeadura e durante a fase de enchimento do grão da soja.

“As plantas desse talhão também resistiram muito melhor ao calor que chegou a até 42º graus graças a uma palhada mais robusta, que amenizou a temperatura no solo e nas raízes. As raízes também conseguiram absorver mais água por serem mais profundas”, constata.  

Vanessa está decidida a ampliar os manejos de agricultura para até 40% de toda a propriedade já nesta temporada. “A gente já está estendendo para outros talhões o mix de cobertura com até seis tipos de raízes diferentes. Em um deles, chegamos até a observar a presença de minhocas, o que é um ótimo sinal”, comemora.

O que é agricultura regenerativa?
Vanessa é um dos 1,9 mil produtores rurais que fazem parte do programa Pro Carbono da Bayer que visa apoiar agricultores a adotar técnicas avançadas de agricultura regenerativa a fim de melhorar a saúde do solo.

Segundo Carolina Graça, diretora de Sustentabilidade da Bayer, a adoção de tais práticas depende do estágio de cada produtor. “Depende da condição da propriedade do produtor e também do quanto ele tem para investir. Então é muito importante a gente ter um diagnóstico”, introduz.

A partir daí, o programa define quais práticas devem ser implantadas como, por exemplo, rotação de raízes e insumos, para o solo tenha mais biodiversidade. “Esses microrganismos ajudam ou na fixação de nutrientes ou na ciclagem de nutrientes, bem como para traze-los para a superfície”, cita.

O solo mais rico em biodiversidade de organismos também “maneja” melhor a água. “Quando você tem um excesso de água é igual uma esponja, quando você tem falta de água, ele é um reservatório para as raízes. Além disso, um solo estruturado não deixa os nutrientes serem levados pela chuva’, acrescenta.

Além disso, estudos apontam que práticas avançadas de agricultura regenerativa tiveram incremento do acúmulo de matéria orgânica e de carbono de 16% a mais que a média no solo.

“O nosso delta potencial no Brasil é muito grande para fixar e sequestrar toneladas de carbono. Temos muito chão pela frente. Mas além de sequestrar, também será importante manter esse carbono no solo”, completou.

Fonte: PORTAL GHF

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