Entenda a tempestade de fogo que provocou mais de 100 mortes no Chile

Publicado no dia 05/02/2024 às 11h07min
Desastre histórico atinge o país com incêndios florestais gigantescos/ Por redação com informações da assessoria de imprensa | Agrofy News

Tempestade de fogo ocorre quando o calor de um incêndio cria seu próprio sistema de vento. (Foto Rodrigo Arangua/MetSul)

 

O Chile foi atingido pelo que se denomina de uma tempestade de fogo, segundo a MetSul Metreologia. Os incêndios que atingem a região turística costeira de Valparaíso, no centro do Chile, já deixaram pelo menos 122 mortos, número que pode aumentar à medida que os bombeiros combatem os cerca de 40 focos de fogo.

De acordo com a classificação da NOAA, um incêndio florestal – ou vários incêndios florestais na mesma área – pode causar uma tempestade de fogo.

Uma tempestade de fogo ocorre quando o calor de um incêndio cria seu próprio sistema de vento. Este fenômeno pode levar a efeitos meteorológicos extremamente perigosos.

Numa tempestade de fogo, que somente ocorre em grandes incêndios florestais, à medida que o calor do fogo original absorve cada vez mais o ar circundante, uma corrente de vento ascende na atmosfera com fortes rajadas de vento direcionadas ao redor do fogo, aumentando as chamas.

Pelo terceiro dia, o Chile combatia neste domingo os incêndios florestais mais mortíferos da sua história recente, com vários pontos ardendo.

Além das mortes, na cidade de Viña del Mar, também na região central de Valparaíso, as vítimas ficam sem teto e procuram vizinhos e animais de estimação em ruas cheias de escombros queimados. A prefeita local afirma que há quase 400 desaparecidos na cidade.

“Não sobrou uma única casa aqui”, lamentou a moradora Lilián Rojas, uma aposentada de 67 anos que morava perto do Jardim Botânico de Viña del Mar, que desapareceu devido ao incêndio, falando à agência entre os escombros e as cinzas do bairro que vivia.

Viña del Mar, 120 km a Noroeste de Santiago, foi uma das áreas mais atingidas pelos piores incêndios florestais que o Chile sofreu na sua história recente.

“É a maior tragédia que tivemos desde o terramoto de 2010”, disse Boric, referindo-se ao sismo de magnitude 8,8, que foi seguido por um tsunami, que ocorreu em 27 de fevereiro de 2010 e deixou mais de 500 mortos.

Incêndio
Para descrever a agressividade e velocidade com que os incêndios se espalharam na tarde de sexta-feira sobre áreas povoadas, Rojas disse que o incêndio os surpreendeu em questão de minutos.

Rojas disse que fumaça vindo de uma luz distante, foi “por um momento” para o seu quarto ver televisão e quando saiu “para olhar para fora, as pessoas já estavam correndo”, lembrou.

“Saí de casa, fechei a porta e fui embora. Não sabia mais porque fui ao centro de Viña del Mar”, descreveu Rojas, mostrando seu vestido rosa para ressaltar: “Agora é a única coisa que eu tenho”, narrou.

A estimativa oficial é de 3 a 6 mil casas atingidas pelo fogo. “O tempo parou, não sei se eram 4 ou 5 da tarde (…) Temos uma brigada florestal aqui ao lado, temos torneira de água, nunca usaram, consumiu. tudo. Não sobrou nem uma casa”, resumiu o horror a aposentada, que vive com uma pensão de 206 mil pesos, cerca de 228 dólares por mês.

Calor intenso e tempo seco favorecem crise
As condições meteorológicas das últimas horas parecem dar uma trégua “com uma área de baixa pressão costeira que permite arrefecer o fogo”, disse a ministra do Interior, Carolina Tohá, referindo-se a um fenômeno típico da costa do Pacífico, que produz muita nebulosidade, alta umidade e, portanto, temperaturas mais baixas.

“As condições hoje são mais propícias às tarefas de apoio às vítimas e contenção dos incêndios”, afirmou a ministra.

No terceiro dia da crise dos incêndios, o foco está em Las Tablas, o mais importante foco de chamas no entorno de Valparaíso, que ainda está ativo e “cobre um perímetro de 80 km”, disse Tohá.

Em toda a região, conhecida pelas praias turísticas e pela produção de vinho, bombeiros, 1.300 militares e voluntários civis estão destacados para ajudar no combate às chamas, mas também às vítimas que perderam tudo.

Na última década, multiplicaram-se no Chile episódios de mega-incêndios florestais relacionados com condições meteorológicas extremas, altas temperaturas, uma seca prolongada, construção de casas em locais não licenciados e uma grande percentagem devido à negligência humana.

Onda de calor
Uma onda de calor com temperaturas máximas recordes assola atualmente o Cone Sul da América do Sul, onde o fenômeno climático natural El Niño é agravado pelo aquecimento global causado pela atividade humana, segundo especialistas.

A mesma região do desastre de agora enfrentou incêndios catastróficos em 2014, descritos como menores que os atuais.

Caminhando em meio à fumaça, milhares de pessoas voltaram neste fim de semana para as ruínas de suas casas destruídas pelos “incêndios sem precedentes” que mantêm Viña del Mar, Valparaíso e outras regiões do Centro e do Sul do Chile em situação de emergência.

“Isso foi um inferno, explosões. Tentei ajudar o vizinho a desligar o carro, minha casa estava começando a pegar fogo por trás. Foi uma chuva de cinzas”, disse à AFP Rodrigo Pulgar, motorista que perdeu sua casa em El Olivar, um dos setores mais devastados pelas chamas.

As áreas mais afetadas ficam perto das praias do Pacífico, 80 e 120 km a Noroeste de Santiago, onde operam empresas vinícolas, agrícolas e madeireiras.

A região recebe nesta época do ano um grande número de turistas. Os fortes ventos levam as chamas para fábricas e estabelecimentos comerciais.

Fonte: PORTAL GHF

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