Afinal, qual é o tamanho da quebra na safra de grãos no Brasil?

Publicado no dia 12/01/2024 às 16h36min
Mercado e Conab divergem em quase 20 milhões de toneladas em suas projeções / Daniel Azevedo Duarte Agrofy News Editor-chefe do Agrofy News Brasil

O impacto desfavorável do clima na produção de grãos brasileira na temporada 2023/2024 causa divergência entre as estimativas da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e as apresentadas por consultorias independentes.

As previsões apresentam uma diferença de quase 20 milhões de toneladas, quando consideradas apenas soja e milho, segundo números divulgados nesta semana. 

O expressivo "gap" entre projeções gera um ambiente de imprevisibilidade entre os agentes o que, para alguns, têm mantido a cotação dos principais grãos – leia-se soja e milho – depreciada.

Vale dizer, no entanto, que a produção brasileira é importante, mas não a única. As previsões de safra tanto na América Latina como no mundo têm estimativas de alta, apesar da potencial quebra no Brasil.

Quebra de safra deve ser maior?
No caso da soja, por exemplo, o órgão ligado ao Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) estimou uma safra de 155,3 milhões de toneladas no país para a temporada 2023/2024.

O volume apresenta uma redução de 4,2% na expectativa, uma vez que as primeiras projeções apontavam para uma colheita de 162 milhões de toneladas.

Já a consultoria Pátria Agronegócios, por exemplo, prevê 143,18 milhões de toneladas de soja nesta safra. O volume é 12,12 milhões de toneladas mais baixo que a projeção oficial da Conab.

A situação repete-se para a produção de milho. A previsão do órgão público aponta para uma produção total de 117,6 milhões de toneladas, redução de 10,9% em relação ao ciclo anterior.

Já a mesma consultoria indica 110,29 milhões de toneladas, o que perfaz uma diferença superior a 7,3 milhões de toneladas.

Ainda hoje (dia 11), o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) deverá divulgar seu relatório com dados sobre as estimativas de produção no Brasil.

O órgão deve prever reduções no volume da safra brasileira, mas também com elevado grau de imprevisibilidade.

Incerteza
A própria Conab admite haver incertezas para a temporada.

“A atual safra tem a característica de ser uma das mais complexas para a estimativa de área, produtividade e produção nos últimos tempos. As dificuldades podem ser resumidas nos problemas climáticos, que geram incertezas e prejudicam a tomada de decisão pelos produtores”, pondera o superintendente de Informações da Agropecuária da Conab, Aroldo Antonio de Oliveira Neto.

Por outro lado, especialistas explicam que, até o momento, apenas a primeira das três safras anuais está impactada pelo clima, enquanto a segunda sofre apenas com atraso. Assim, o impacto climático poderia estar restrito a isso no Brasil.

Produção maior na América Latina
Por outro lado, a Datagro Grãos estima uma produção de soja 15% maior na América Latina para a temporada 2023/2024.

Esse é um dos fatores que também dão sustentação ao preço da principal commodity do Brasil, apesar da quebra na produção nacional.

Em seu segundo levantamento, a consultoria prevê 222,3 milhões de toneladas nesta temporada contra 194 milhões de toneladas obtidos na safra 2022/2023. Um dos motivos é a expressiva recuperação da produção na Argentina, após uma temporada de secas históricas.

A projeção, no entanto, foi revisada para baixo em cerca de 9 milhões de toneladas em relação à primeira estimativa, realizada há um mês, especialmente devido a adversidades climáticas no Brasil.

Fonte: Agrofy News

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