Clima extremo causa prejuÃzo de R$ 2,5 bilhões na agricultura do Paraná
Produção do trigo recuou praticamente 980 mil toneladas redação com Informações da Secretária de Agricultura do Paraná | Agrofy News
Qualidade também decaiu, gerando ao menos 420 mil toneladas de trigo que serão destinadas a ração. (Foto - Gilson Abreu/AEN)
As chuvas fortes, temperaturas altas e fortes ventos relacionados ao fenômeno El Niño causaram um prejuízo de R$ 2,5 bilhões na agricultura do Paraná.
A estimativa foi divulgada pelo Departamento de Economia Rural (Deral).
Segundo a projeção, os prejuízos maiores foram observados nas regiões sul e sudoeste do estado, embora todas tenham sido atingidas.
“Lamentavelmente é um quadro delicado, embora saibamos que estamos com a presença de um El Niño forte não esperávamos um tombo dessa magnitude”, disse o secretário da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara.
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Redução da safra
Deral afirma que o prejuízo financeiro foi calculado com base nas estimativas de redução para a safra de importantes culturas
O maior prejuízo coube aos produtores de trigo, que estavam colhendo a safra 2022/23. A produção recuou praticamente 980 mil toneladas em relação ao potencial. Com as doenças no período anterior às chuvas e, posteriormente, em razão dessas, a produção caiu para 3,6 milhões de toneladas.
A qualidade também decaiu, gerando ao menos 420 mil toneladas de trigo que serão destinadas a ração.
“Considerando os fatores quantidade e qualidade, as perdas dessa cultura se aproximam de R$ 1 bilhão. Em outras culturas de inverno, especialmente a cevada, também houve redução. Nessa, os prejuízos podem somar R$ 200 milhões’, diz o órgão.
Safra de verão
Na safra 2023/24, as maiores perdas financeiras foram observadas entre os produtores de fumo, com prejuízo projetado em quase R$ 560 milhões, perdendo 31 mil toneladas do produto. As folhas retiradas até o momento saíram de plantas de porte pequeno.
Outras culturas da safra de verão, que estão em término de plantio, já registraram prejuízo estimado em R$ 750 milhões. Mas como a safra ainda está no início, os valores são preliminares.
“Em algumas regiões, especialmente o sul e o oeste, a baixa luminosidade é o principal fator de preocupação, pois pode implicar no rendimento da lavoura. Além disso, a erosão é um fator agravante”, estima o Deral.
Replantio
Segundo o órgão, além desses prejuízos, produtores precisaram replantar algumas áreas, o que encareceu ainda mais o trato, visto que nessas culturas mais de um terço dos custos estão relacionados às sementes e à adubação de base.
O arroz irrigado, que tem o noroeste como terra mais adequada no Paraná, teve áreas alagadas por mais de um dia com estimativa de perda de 36,6 mil toneladas.
Das principais culturas paranaenses, o milho de segunda safra foi colhido em período anterior às chuvas fortes e acabou favorecido pelas temperaturas mais altas, levando a uma produção recorde de 14 milhões de toneladas.
El Niño
O El Niño é um evento climático resultante do aquecimento anormal das águas do Oceano Pacífico. Na Região Sul do País, a tendência é a intensificação de chuvas, superiores às médias históricas. Ele ocorre a cada cinco ou sete anos e sua duração é de aproximadamente um ano e meio.
Entre 2018 e 2019 também havia sido registrado o fenômeno, mas com intensidade menos forte e as perdas daquele período foram consequência da estiagem. Na safra 2015/2016 houve condição similar à deste ano e a agricultura também foi afetada. Naquele período as perdas de produção ficaram em 2,8 milhões de toneladas.