Agro se apresenta como solução e busca investimento externo na COP 28

Publicado no dia 28/11/2023 às 17h41min
A 28ª Conferência de Mudanças do Clima da ONU começa na quinta-feira (30) Por redação | Agrofy News

A 28ª Conferência de Mudanças do Clima da ONU (COP 28), começa na quinta-feira (30) e vai até 12 de dezembro em Dubai, nos Emirados Árabes.

A COP 28 deve reunir 197 países e mais de 200 líderes internacionais, entre eles o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O agronegócio brasileiro estará presente no evento e vai se apresentar como parte da solução, além de buscar investimento externo em projetos primordiais para o setor.

Solução agro
A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) participa da COP 28 e levará o posicionamento dos produtores rurais brasileiros ao evento.

A entidade defenderá que o agro seja reconhecido como peça-chave nas soluções para garantir segurança alimentar e energética no mundo, por meio de ações e tecnologias que contribuam para reduzir as emissões de gases de efeito estufa (GEE), além de promover a mitigação e a adaptação ao aumento da temperatura global.

“Há muito tempo, os produtores rurais brasileiros estão comprometidos com ações para contribuir com a segurança alimentar e energética e a conservação da biodiversidade e das florestas com uma agropecuária de baixa emissão de carbono. Nossa experiência mostra que somos exemplo para o mundo e levaremos nosso case de sucesso para a COP”, destaca o presidente da Comissão Nacional de Meio Ambiente da CNA, Muni Lourenço.

A CNA destaca os temas que serão discutidos na COP e que são essenciais para impulsionar as ações de mitigação e adaptação às mudanças climáticas dentro das discussões sobre a implementação do Acordo de Paris, firmado em 2015, com a definição de metas pelos países e do Brasil por meio das Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs).

“O Brasil tem experiência no desenvolvimento e na difusão de tecnologias de baixa emissão de gases de efeito estufa. O produtor rural brasileiro presta relevantes serviços ambientais para o Brasil e para o mundo. E a produção de alimentos no país tem cada vez mais relevância no contexto da segurança alimentar mundial”, ressalta Muni Lourenço.

O coordenador de Sustentabilidade da CNA, Nelson Ananias Filho, disse ainda que o Brasil venceu o desafio de sair da condição de importador para exportador de alimentos graças à pesquisa e ao desenvolvimento tecnológico que proporcionou ao agro produzir mais em uma mesma área. Para ele, é necessário mostrar esse lado do agro brasileiro na COP 28.

“Temos uma poupança ambiental, produzimos mais numa mesma área, verticalizamos a produção e compramos o desafio de produzir mais, melhor e com sustentabilidade e estamos cumprindo. Mas não basta ser, temos que mostrar que somos, precisamos de transparência para mostrar essa boa agricultura e isso hoje está muito claro nas negociações da COP”.

Segundo ele, “ao contrário das outras partes que estão prometendo ser mais eficientes no agro, nós já somos assim. E vamos mostrar que o agro está pronto para resolver esse desafio”.

O Brasil estará no centro das atenções do evento. Os representantes brasileiros já anunciaram uma meta agressiva de redução de até 53% em suas emissões até 2030, um objetivo que deverá ser alcançado com a colaboração do setor agropecuário, por meio da adoção de tecnologias e do aumento da produtividade em campo.

O país chega em Dubai, com dois trunfos na manga: a redução de 22% no desmatamento na Amazônia no último ano e a revisão de suas metas climáticas, a NDC. De acordo com o último levantamento do Prodes/Inpe, o país conseguiu evitar que 133 milhões de toneladas de carbono, o equivalente a 7,5% das emissões nacionais, fossem lançadas na atmosfera nos últimos 12 meses.

Investimento externo
As ações sustentáveis da agropecuária brasileira, como o programa de recuperação e conversão de pastagens degradadas, serão levadas pelo presidente Lula à COP 28. O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, estará ao lado de Lula no evento.

O programa brasileiro de produção sustentável prevê a recuperação e conversão de 40 milhões de hectares de pastagens de baixa produtividade em áreas agricultáveis. O governo brasileiro vai buscar investimento externo para custear o programa. Fávaro dá o prazo de 10 anos para conversão de 40 milhões de hectares de áreas degradadas.

“O Brasil pode crescer e incrementar 40 milhões de hectares com agricultura, pecuária e floresta, mas com respeito ao meio ambiente principalmente, sendo um exemplo para o mundo. Este é um dos exemplos que o presidente levará para a COP”, vem dizendo constantemente Fávaro.

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O Mapa já vem negociando com diversos países com intuito de buscar investimento estrangeiro no projeto de recuperação e conversão de áreas de pastagens que permitem dobrar a área de produção de alimentos do Brasil sem desmatamento. O governo brasileiro já conversou com a China, Emirados Árabes, Japão e Coreia do Sul, entre outros.

Cobrança brasileira
Durante a Cúpula do G20, em setembro na Índia, Lula cobrou recursos de países ricos contra aquecimento global.

Para Lula, a falta de compromisso dos mais ricos gerou uma dívida “acumulada ao longo de dois séculos”. “Desde a COP [Conferência das Partes] de Copenhague, [em 2009], os países ricos deveriam prover 100 bilhões de dólares por ano em financiamento climático novo e adicional aos países em desenvolvimento. Essa promessa nunca foi cumprida”.

Compromissos para assumir
O Brasil vai apresentar também na COP 28 uma proposta para manutenção das florestas tropicais em todo o planeta. O plano prevê um mecanismo de sustentação financeira a países que preservam suas florestas.

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, também confirmou que o país irá firmar o compromisso de reduzir emissões de gases de efeito estufa e da importância de limitar o aquecimento global a 1,5 grau Celsius, temas que estarão em debate na Conferência das Nações Unidas sobre mudanças climáticas. 

Segundo ela, o Brasil vai à reunião para cobrar dos países desenvolvidos o compromisso com o combate à crise ambiental, e não para ser cobrado.

“Estamos indo para a COP não é para ser cobrados, nem para ser subservientes, é para, altivamente, cobrarmos que medidas sejam tomadas, porque é isso que o Brasil tem feito”, disse

Marina Silva também informou que Lula, vai apresentar na COP-28 a proposta de um mecanismo global que remunere os países por hectare de floresta em pé.

“Se Deus quiser, haveremos de aprovar esse instrumento para que as florestas sejam remuneradas, protegidas”, disse a ministra.

Fonte: PORTAL GHF

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