Levantamento do IMEA detalha prejuízo das áreas úmidas no Araguaia veja detalhes

Publicado no dia 06/10/2023 às 16h11min
CUIABÁ - A decisão em liminar da justiça impondo a existência de áreas úmidas nos vales Guaporé e Araguaia tem impacto altamente negativo na economia e na vida social das pessoas.

A informação é do superintendente do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea). Cleiton Gauer apresentou na audiência pública de ontem na Assembleia Legislativa, que alguns municípios teriam quase toda sua área geográfica afetada pelas áreas úmidas.

Cocalinho teria 96% das áreas sob embargos ambientais. A pior situação acontece com Luciara, afetada em 99% do território. Novo Santo Antonio chega a 94%.

Rib. Cascalheira perde 39% das áreas hoje utilizadas no mínimo, pela pecuária extensiva. Os 36 mil hectares sequestrados para áreas úmidas em Água Boa, significam 4% do território.

Essas terras estão localizadas na região de Água Boa II e atingem várias propriedades rurais. Da área total de 12 milhões de hectares, 4,2 milhões de hectares ou 35% do Araguaia não podem ser hoje utilizadas para pecuária intensiva ou agricultura, além de outras atividades.

Nos 17 municípios do Araguaia, são 3.031 propriedades afetadas, enquanto que no Vale do Guaporé, são 1.026 propriedades com áreas embargadas.

O mesmo levantamento do0 IMEA aponta ainda que no Araguaia, a produção de soja hoje alcança 4 milhões 682 mil toneladas. Já a soja produzida em áreas embargadas chega a 139 mil toneladas, 3% do total produzido na região.

No Araguaia são produzidas 3 milhões 817 mil toneladas de milho. As áreas embargadas significam 3,7% onde são produzidas 142 mil toneladas.

No Araguaia existem 4 milhões 820 mil cabeças de gado. As áreas úmidas hoje comportam 961 mil cabeças, ou 19% do total.

Nos dois vales atingidos pela medida judicial embargante, existem hoje em torno de 4.600 empregos que seriam afetados pela decisão judicial.
Atualmente, as áreas embargadas arrecadam de Fethab milho, Fethab soja e Fethab gado, mais de R$ 9 milhões ao governo, uma participação de 0,4% do bolo tributário de Mato Grosso.

Outro dado preocupante levantado pelo IMEA será o impacto da decretação das áreas úmidas sobre rodovias e sobre a Ferrovia de Integração Centro Oeste FICO.

A liminar da justiça à pedido do Ministério Público Estadual deixa dúvidas quanto a futuros investimentos em rodovias e ferrovias, já que os traçados atravessam áreas hoje consideradas úmidas. Segundo o levantamento do IMEA, isso afetará drasticamente a economia do Araguaia.
Veja as tabelas em anexo.

Fonte: Notícias Interativa - Notícias do Vale do Araguaia e Região - Mato Grosso