Trigo: cooperativas cobram apoio do governo para vender cereal
Atualmente, os produtores estão recebendo, em média, R$ 52,52 por saca, enquanto os preços mínimos são de R$ 87,77 para o trigo Tipo 1
Foto: AEN/Reprodução
Cooperativas agrícolas do Paraná e do Rio Grande do Sul querem apoio do governo federal para enfrentar a crise na venda de trigo, que tem afetado os produtores devido à significativa queda nos preços do cereal nos dois estados.
Nesta terça-feira (12), as Organizações das Cooperativas dos Estados do Paraná (Ocepar) e do Rio Grande do Sul (Ocergs) enviaram um ofício ao ministro da Agricultura, Carlos Fávaro.
A proposta das entidades é que sejam disponibilizados recursos através de mecanismos como leilões de Prêmio para o Escoamento de Produto (PEP) e Prêmio Equalizador Pago ao Produtor (Pepro) para estimular o escoamento da safra de trigo.
As entidades afirmam que essa medida tem como objetivo assegurar a sustentabilidade da cadeia produtiva e possibilitar que os agricultores mantenham a produção de trigo.
No ofício, as entidades ressaltam que, nos últimos 12 meses, o mercado registrou uma drástica queda nos preços do cereal, resultando em valores inferiores aos preços mínimos estabelecidos pelo governo federal para a safra 2023, a maior da história.
Atualmente, os produtores estão recebendo, em média, R$ 52,52 por saca, enquanto os preços mínimos são de R$ 87,77 para o trigo Tipo 1 e R$ 75,19 para o Tipo 2. Isso implica em uma perda de R$ 35,25 e R$ 22,67 por saca de 60 kg, respectivamente.
As entidades também expressam preocupação com a dificuldade orçamentária do governo federal, que está afetando políticas públicas essenciais para a produção agropecuária e o abastecimento de alimentos.
Além disso, elas temem a redução na área cultivada com trigo devido aos altos custos de produção e margens estreitas, o que poderia afetar a balança comercial e os preços dos produtos derivados do trigo para os consumidores.
O Rio Grande do Sul e o Paraná são os principais produtores de trigo no Brasil, respondendo por 44% e 39% da safra nacional, respectivamente.
Segundo a Conab, na safra 2023, o Brasil produziu 10,8 milhões de toneladas de trigo, com 4,7 milhões de toneladas colhidas no Rio Grande do Sul e 4,2 milhões no Paraná.