Governo federal libera 231 defensivos em pouco mais de 6 meses
Destes produtos, 17 são composições com princípios ativos novos
O Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) aprovou o registro de 231 agrotóxicos até o mês de julho e segue o mesmo ritmo de liberação do primeiro ano de mandato de Jair Bolsonaro (PL), superando a soma anual de qualquer mandato petista.
Essas aprovações ocorrem dentro das regras estabelecidas no decreto editado por Bolsonaro em outubro de 2021. A norma acelerou trâmites na liberação desses produtos químicos, procedimento questionado por alguns especialistas, que destacam riscos à saúde e ao meio ambiente, mas defendido pelos produtores, com o argumento de que agiliza a adoção de produtos modernos, menos prejudiciais.
Relatório do Mapa sobre o tema mostra que a maioria dos registros deste ano é de produtos genéricos ou formulações adaptadas com genéricos.
Dos 321 agrotóxicos aprovados, 17 são composições com princípios ativos novos. Uma corrente de estudiosos recomenda mais cautela na liberação nesses casos e desaconselha a aprovação baseada nos critérios do decreto.
Cinco produtos desse grupo foram destacados com gradações diferentes dentro de "altamente tóxico" para saúde humana. No caso do impacto ambiental, dois foram catalogados em "altamente perigoso", e 47, "muito perigoso".
O pico de autorizações do PT ocorreu em 2008, quando o governo Lula 2 liberou ao longo de todo aquele ano 202 registros.
O governo Bolsonaro foi marcado por sucessivos recordes na liberação de agrotóxicos. Eles cresceram anualmente: 475 aprovações em 2019, 493 em 2020, mais 562 em 2021, até bater no topo de 652 registros no ano passado.
Com informações Mapa
Foto: Pixabay
