Sistema OCB pede Plano Safra "robusto"
OCB ressaltou a necessidade de um montante mínimo de R$ 410 bilhões, sendo R$ 125 bilhões para investimentos e R$ 285 bilhões para custeio
Nesta segunda-feira (12), o presidente do Sistema OCB (Organização das Cooperativas do Brasil), Márcio Lopes de Freitas, juntamente com mais de 350 lideranças do cooperativismo agropecuário e de crédito de todo o país, se reuniram virtualmente com o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, para reforçar os pleitos do movimento em defesa do crédito rural e de um Plano Safra mais robusto.
Durante a reunião, Márcio Freitas agradeceu ao ministro pelo apoio ao movimento cooperativista e ressaltou a importância das cooperativas para o desenvolvimento econômico do país.
Ele enfatizou a necessidade de um plano que proporcione condições favoráveis aos negócios das cooperativas agropecuárias, destacando seu papel na originação agrícola e na distribuição de insumos para a agricultura.
No contexto internacional, Freitas destacou o desejo das cooperativas em expandir seus mercados para outros países e ressaltou a necessidade de mais crédito para financiar esses processos. Reconhecendo as limitações do governo, ele enfatizou a importância de construir soluções viáveis em colaboração com o Ministério da Agricultura e o governo como um todo.
A manutenção da atual arquitetura de crédito rural e o aumento dos recursos para financiamento foram outros pontos abordados pelo presidente da OCB.
Ele solicitou a ampliação das condições e dos percentuais de exigibilidade de aplicação no crédito rural por parte das instituições financeiras, além do aumento do orçamento federal direcionado à equalização das taxas de juros, buscando mantê-las abaixo de dois dígitos.
Freitas também convidou o ministro e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a conhecerem as boas práticas de uma cooperativa do ramo agro.
Plano Safra
Luiz Roberto Baggio, coordenador nacional do Ramo Agro do Sistema OCB, apresentou os principais pontos de reivindicação do movimento para o Plano Safra 2023/2024.
Ele ressaltou a necessidade de um montante mínimo de R$ 410 bilhões, sendo R$ 125 bilhões para investimentos e R$ 285 bilhões para custeio.
Baggio destacou a importância do fortalecimento da política de crédito e seguro rural, bem como a elevação dos tetos para contratações, considerando o encurtamento das margens de custos de produção e o recuo dos preços agrícolas.
A redução das taxas de juros em todas as linhas de planejamento agropecuário foi uma das demandas apresentadas.
Além disso, o movimento pleiteou a ampliação das exigibilidades de depósitos à vista, poupança rural e Letra de Crédito do Agronegócio (LCA), com isenção tributária.
O aumento do orçamento do Seguro Rural e do Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro) também foi defendido como forma de mitigar riscos à produção e ampliar a abrangência das ações.
Baggio destacou o desafio da questão da armazenagem no cooperativismo agropecuário e solicitou uma linha específica e permanente para a construção de armazéns.
Ele ressaltou a importância de fomentar o acesso das cooperativas do setor aos programas existentes e a criação de novas diretrizes para a promoção da sustentabilidade ambiental no agronegócio brasileiro.
Em relação ao acesso ao crédito, Baggio ressaltou o potencial das cooperativas financeiras para fortalecer as políticas do setor devido à sua capilaridade e efetividade.
Ele colocou o grupo técnico do cooperativismo à disposição do Ministério da Agricultura para construir um projeto que corresponda à importância do agronegócio brasileiro.
Fávaro expressa apoio às demandas
O ministro Fávaro expressou apoio às demandas apresentadas pelos cooperativistas, afirmando que os números estão alinhados com seus planos.
Ele informou que o Plano Safra será divulgado na última semana de junho, após articulações entre os ministérios.
Fávaro destacou o apoio das pastas de Planejamento e Orçamento, da Fazenda e do Desenvolvimento Agrário.
Fávaro se declarou entusiasta do cooperativismo e reconheceu a importância do Sistema OCB para a economia do país.
Ele ressaltou a força política representada pelas cooperativas por meio de governadores, deputados e senadores, especialmente em momentos decisivos. O ministro concordou com a necessidade de investimentos em armazenagem e destacou a importância da infraestrutura acompanhar o crescimento da produção agropecuária.
O ministro ressaltou a defasagem do plano desde 2014 e sugeriu a possibilidade de linhas de crédito dolarizadas, visando à armazenagem, agroindústria, recuperação de solo e outros custeios.
Ele mencionou a importância de prazos mais longos, como 15 anos, com 2 a 3 anos de carência. Fávaro enfatizou que o Plano Safra 2023/24 está baseado na Agricultura de Baixo Carbono (ABC) e que as cooperativas já praticam uma agricultura sustentável.
O ministro destacou a necessidade de fortalecer a participação das cooperativas de crédito e solicitou sugestões do movimento para criar uma linha de crédito específica.
Ele ressaltou a importância do Seguro Rural para garantir tranquilidade e estabilidade nas atividades do setor agropecuário.
A reunião entre o Sistema OCB e o ministro da Agricultura e Pecuária demonstrou a busca por um Plano Safra mais robusto e adequado às demandas do cooperativismo agropecuário brasileiro.
As articulações continuam visando ao fortalecimento do crédito rural, à ampliação dos recursos e à adoção de medidas que impulsionem a sustentabilidade ambiental no setor.
O apoio do governo é fundamental para impulsionar a agropecuária brasileira e garantir o desenvolvimento econômico do país.
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