Reintegração de posse em fazenda ocupada pelo MST na Bahia gera confronto
Ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira disse que participa de negociações para que manifestantes deixem propriedades
Por O Globo
Polícia realiza reintegração de posse em fazenda da Bahia ocupada pelo MST Reprodução
Após a Justiça determinar a reintegração de posse de uma fazenda invadida na cidade de Jacobina, na Bahia, a Polícia Militar do estado cumpriu a decisão judicial e retirou os manifestantes do local. Vídeos que circular nas redes sociais mostram a ação, na qual agentes atiram para o alto para dispersar um princípio de confusão entre membros do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e outras pessoas que aproveitaram a ação para tentar destruir barracas montadas no local.
O acampamento tinha cerca de 150 pessoas em uma fazenda no distrito de Itaitu, no interior do município de Jacobina. Um grupo de produtores e moradores da região iniciaram um confronto com os manifestantes, que teve de ser contido pela polícia local. Em nota, a PM da Bahia informou que "foram identificados alguns manifestantes e suas respectivas lideranças, momento em que houve a mediação do conflito e a saída espontânea dos invasores do terreno".
reintegração de posse em fazenda da Bahia ocupada pelo MST
O ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, disse nesta quinta-feira que participa das negociações para que o MST deixe propriedades invadidas. Na Bahia, sem-terra ocuparam três fazendas da Suzano, produtora de papel e celulose. A ação ocorreu em Teixeira de Freitas, Mucuri e Caravelas, no Sul do estado.
Outras duas fazendas, de 1,7 mil e 2 mil hectares, haviam sido ocupadas em Itaberaba e Jacobina, alvo da ação desta sexta. Segundo o MST, essas duas últimas propriedades estão abandonadas há anos, sem cumprir sua função social.
"Com as ocupações, as famílias sem-terra reivindicam a desapropriação imediata dos latifúndios para fins de reforma agrária, tendo em vista que estas propriedades atualmente não estão cumprindo sua função social", afirmou o MST em nota. Segundo a entidade, ocupações englobavam 1,7 mil famílias.
Nesta sexta-feira, a diretora do MST, Eliane Oliveira, afirmou que a ocupação de uma das três fazendas da empresa Suzano Papel e Celulose S/A, em Muquiri, no Sul da Bahia, só acabará quando a reintegração de posse for feita. A medida já foi pedida pela empresa e autorizada pelo juiz Renan Souza Moreira, da Vara Criminal de Mucuri (BA).
— As famílias continuam na área. Até o momento nenhum oficial de justiça esteve no local para notificar. E nós permaneceremos até que haja a reintegração — afirma Eliane Oliveira, da direção Estadual do MST na Bahia.
O MST fez na segunda-feira as primeiras ocupações desde a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Na Bahia, os sem-terra ocuparam três fazendas da Suzano, produtora de papel e celulose, em Teixeira de Freitas, Mucuri e Caravelas, no Sul do estado.
