Lavouras registram quebra de 30% no Rio Grande do Sul

Publicado no dia 28/02/2023 às 11h22min
Situação se dá mesmo diante da melhora na condição registrada na última semana

Na última semana, as chuvas ocorreram de maneira mal distribuída no Rio Grande do Sul, com os volumes variando de 35 a 50 milímetros na média. Mesmo irregulares, as chuvas ajudaram a soja. Apesar de ainda precisar de umidade, 85% da cultura já está largando flores ou vagens. Na região de Santa Rosa, há muitas lavouras com perdas irreversíveis e já aconteceram os primeiros acionamentos do Proagro. Segundo a Emater-RS, a situação é bem desigual no estado.

“Nesse momento, a gente já estima perdas superiores a 6 milhões de toneladas do que tínhamos previsto”, alerta o coordenador da área de culturas da Emater-RS, Elder Dal Prá. “No entanto, temos ainda chance de ter boas produtividades em algumas regiões. Nesses anos, as precipitações são heterogêneas. Nas regiões nordeste, dos campos de cima da serra e do planalto, nós temos uma safra quase que normal. E ainda temos a região leste, de Camaquã a Joaguarão, que podemos ter boas produtividades.

Na região de Bagé, produtores rurais aproveitam a umidade e, assim, fazem plantio e replantio Muitos, contudo, já desistiram e guardam os insumos comprados para a safra de inverno. Quem planta agora fica de fora do zoneamento agrícola de risco climático — e a lavoura não pode ser segurada.

“Teremos uma diminuição do potencial produtivo dessas áreas. Outra situação que agrava é a ocorrência de ferrugem asiática, que é a principal doença do cultivo [de soja]. Se começarmos a ter precipitações regulares e temperaturas não tão elevadas, nesses plantios tardios também podemos ter ocorrência de ferrugem e, como consequência diminuir, a produtividade. Os agricultores devem realizar o plantio mesmo fora de época? Devem! Mas devem ter ciência de que o risco é maior”, afirma Dal Prá.

Lavouras de milho e arroz no RS

No milho, a colheita avança. Até o momento 54% das lavouras já foram colhidas no Rio Grande do Sul. As de ciclo avançado têm as maiores perdas. Em Caçapava do Sul, por exemplo, 88% das lavouras são consideradas perdidas. Em Erechim, 40% das lavouras estão no enchimento de grãos. Na região de Ijuí, as lavouras semeadas em dezembro e janeiro estão em boas condições.

“O impacto não se dá só nesse cultivo, se dá em função da falta desse cereal para a alimentação de aves, suínos, gado de corte e leite” — Elder Dal Prá

“A região nordeste [gaúcha] é a exceção, mas o restante do estado tivemos perdas consolidadas de 80 a 90% na média de alguns municípios. E o milho é um grão que é transversal dentro das cadeias”, lamenta o coordenador da Emater-RS. “O impacto não se dá só nesse cultivo, se dá em função da falta desse cereal para a alimentação de aves, suínos, gado de corte e leite”, explica Elder Dal Prá.

No arroz, a colheita avança para 4% da área no Rui Grande do Sul. E há preocupação com as temperaturas abaixo de 10 graus registradas na semana passada, que podem interferir no potencial produtivo de lavouras na Fronteira Oeste e na Campanha.

Editado por: Anderson Scardoelli.

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Fonte: Canal Rural

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