Alemanha avalia eliminar uso de alimentos na produção de biocombustíveis
Medida avaliada pelo governo local seria colocado em prática até 20230
Foto: Canal Rural/reprodução
O governo da Alemanha está considerando propostas para eliminar gradualmente o uso de biocombustíveis produzidos a partir de alimentos ou ração animal até 2030, informou a associação da indústria de biocombustíveis da Alemanha (VDB) nesta semana. A entidade alertou que a medida pode aumentar as emissões de carbono.
A ministra alemã do Meio Ambiente, Steffi Lemke, disse em 17 de janeiro que em breve enviará propostas ao gabinete para retirar o uso de biocombustíveis de origem agrícola para reduzir as emissões de gases do efeito estufa.
Steffi havia dito anteriormente, em maio de 2022, que queria afastar o país dos biocombustíveis baseados em colheitas, intensificando o uso de biocombustíveis produzidos a partir de lixo, resíduos e óleos comestíveis usados.
Ela o ministro da Agricultura da Alemanha, Cem Oezdemir, ambos membros do Partido Verde na atual coalizão governista, pediram no passado o fim das colheitas de alimentos na produção de biocombustíveis, dizendo que os alimentos são valiosos demais para serem usados na produção de combustível.
Sem alimentos na produção de biocombustíveis? Entidade reclama
O VDB, no entanto, afirmou que propostas preliminares para reduzir o uso de biocombustíveis de origem agrícola teriam efeito contrário. De acordo com a associação, isso significaria um aumento nas emissões de dióxido de carbono nos transportes da Alemanha em cerca de 32 milhões de toneladas até 2030.
De acordo com a lei de proteção climática da Alemanha, apenas 85 milhões de toneladas de CO2 podem ser emitidas pelo transporte em 2030. Em 2021, o setor de transporte da Alemanha emitiu cerca de 148 milhões de toneladas de CO2, segundo dados do ministério do meio ambiente.
O programa da Alemanha para reduzir os gases de efeito estufa inclui o uso de mistura de biocombustíveis, incluindo biodiesel e etanol, com diesel e gasolina para reduzir as emissões dos veículos rodoviários.
As empresas petrolíferas têm uma meta de redução de gases de efeito estufa que alcançam parcialmente com biodiesel, muitas vezes feito de óleo de colza ou óleos vegetais residuais e etanol produzido às vezes a partir de grãos ou açúcar. As propostas promoveriam o uso de mais combustíveis fósseis no transporte rodoviário, disse o CEO da VDB, Elmar Baumann.
Desvalorização da colza
Pouco mais de 500 mil hectares da área total de colza de inverno da Alemanha, de 1,07 milhão de hectares, são usados na maioria dos anos para biodiesel. Relatos de uma eliminação gradual das colheitas para a produção de biocombustíveis causaram uma queda nos preços da colza na União Europeia nos últimos dias.
A Alemanha anunciou anteriormente que proibirá o uso de óleo de palma na produção de biocombustíveis a partir de 2023. As informações partem da agência de notícias Reuters.
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