Estrada precária em MT desvaloriza soja em até R$ 0,40/saca e encarece frete
São quase 62 quilômetros não pavimentados de rodovia em Nova Mutum, que dificultam escoamento da produção
Atoleiros, buracos, transtornos, falta de segurança, prejuízos materiais e econômicos, principalmente na época das chuvas, são alguns dos problemas que fazem parte da rotina de quem depende da MT-235, em Nova Mutum (MT), para escoar a produção. Além de frete mais caro, a situação impacta ainda na hora da venda da soja, que é desvalorizada em até R$ 0,40 por saca.
Os problemas enfrentados por quem depende da MT-235, em Nova Mutum, é o tema do episódio 68 do Patrulheiro Agro desta semana.
O agrônomo Cledson Guimarães Dias Pereira possui uma empresa de consultoria que atende cerca de 25 mil hectares de soja na região. Segundo ele, a situação da rodovia estadual é uma cadeia de perdas.
“Para trafegar numa estrada nessas condições, você tem que dirigir mais devagar. Você perde tempo e, consequentemente ,dinheiro. A manutenção [dos veículos] se torna mais cara. Os riscos de acidentes se tornam maiores”, diz o agrônomo.
Falta de logística ameaça escoamento da safra de soja em Nobres
Pereira pontua ainda que há dificuldades em conseguir caminhão para retirar a produção das lavouras.
Problemas de longa data na MT-235
Conforme o agricultor Gilberto Vendruscolo, os problemas na MT-235 se alongam há 40 anos. São quase 62 quilômetros sem pavimentação.
“Acho que não é mais justo. Aqui na região já está difícil até material para a conservação da estrada sem pavimentação. Nossa necessidade é extremamente urgente para sair logo dessa poeira que é risco de vida na seca e risco de vida na chuva”.
De acordo com os agricultores, a precariedade logística da via causa dois reflexos significativos para o bolso: a desvalorização da produção de soja e o aumento dos custos com o frete na região.
“Hoje, vai perder uns R$ 0,30, R$ 0,40 por saca devido à logística. Queremos condições para trabalhar. Estradas boas para chegar o produto e sair”, afirma o produtor Cristiano Costa Beber.
Atualmente, a Prefeitura de Nova Mutum é a responsável pela manutenção do trecho e recebe ajuda de produtores rurais da região. A gestão do município solicitou ao Governo de Mato Grosso uma parceria para pavimentar a estrada e aguarda resposta.
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