Desafios da Equatorial Energia em Goiás
"Com a experiência de quem tem uma atuação em questões jurídicas na área de energia, visualizo quatro grandes desafios que a nova concessionária terá"
Por Getúlio Faria
Com o ano novo iniciaram, efetivamente, em 237 municípios de Goiás, as atividades da nova concessionária de energia elétrica, a Equatorial Energia. A empresa anunciou um plano de 100 dias, que prevê a construção de três subestações. Com a experiência de quem tem uma atuação em questões jurídicas na área de energia, visualizo quatro grandes desafios que a nova concessionária terá que enfrentar em solo goiano a partir de 2023.
O primeiro e maior desafio é conseguir atender a crescente demanda por energia em todo o Estado de Goiás, principalmente em razão da expansão das atividades da indústria, agronegócio e segmento imobiliário. O crescimento da economia goiana está umbilicalmente ligado ao aumento da oferta de energia a ser feito pela Equatorial Energia. Inobstante esforços da CELG Distribuição e da ENEL, não foram investidos todos os recursos necessários atender os pedidos dos consumidores industriais, produtores rurais, empreendimentos imobiliários e residenciais.
O segundo desafio é melhorar os índices relativos as quedas de energia que ocorrem no Estado. Estes índices exigidos pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), não estavam sendo atendidos pela Enel e poderiam levar a caducidade da concessão. Não é de hoje que em Goiás é relatado problemas e prejuízos provocados pelas quedas de energia. Além das limitações das redes, estruturas antigas que se rompem com a chuva e um serviço de baixa qualidade fazem parte de um cenário ruim que se apresenta. Em razão disso, a companhia precisará realizar investimentos altíssimos, a partir deste e dos próximos anos, a fim de reverter a situação.
Aponto como terceiro grande desafio que a Equatorial enfrentará o enorme passivo financeiro herdado da Celg Distribuição enquanto estatal, e também da própria Enel como concessionária privada. Além de inúmeras dívidas a serem negociadas e quitadas, a nova concessionária de energia em Goiás inicia suas atividades com a obrigação de realizar altíssimos investimentos para melhorar a distribuição de energia.
Por fim, visualizo como grande desafio estabelecer canais de comunicação eficientes com o consumidor/usuário e com os órgãos públicos estaduais e municipais de Goiás. Além disso, precisa provar que mais importante que ter planos é executá-los com eficiência a fim de melhorar a imagem da companhia com uma prestação de serviços de qualidade. Afinal a Equatorial tem duas distribuidoras nas últimas posições do ranking da Aneel e não queremos que Goiás continue a integrar a lista dos piores. Esperamos que, ao contrário disso, seja uma gestão produtiva e eficiente.
Getúlio Faria Advogado, sócio proprietário do escritório Getúlio Faria Advocacia Especializada
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